No tumulto das promessas políticas e dos desafios geopolíticos em África, o Presidente Félix Tshisekedi encontra-se preso às suas próprias palavras. As ambições de fazer da RDC a Alemanha de África e de implementar o projecto de recolha móvel (RAM) parecem estar a transformar-se num fardo político.
Embora o presidente tenha preferido que a diplomacia brilhe na cena internacional, os acontecimentos recentes no leste da RDC confrontam-no com escolhas dolorosas. A retórica agressiva e a ameaça de conflito armado põem em perigo a estabilidade e a vida das pessoas na região.
Entre o espectro do M23, as tensões com o Ruanda e os conflitos históricos, Félix Tshisekedi encontra-se num impasse político. A violência continua a devastar o leste da RDC, pondo em perigo a paz regional e a vida de milhares de pessoas inocentes. Esta escalada de violência não pode mais ser ignorada pela comunidade internacional.
Para evitar o pior, é altura de Félix Tshisekedi reavaliar as suas prioridades e encontrar soluções duradouras para pôr fim a esta espiral de violência. Entre questões políticas e geoestratégicas, a guerra não pode ser uma solução viável. É imperativo dar prioridade ao diálogo e à diplomacia para restaurar a paz na região.
Neste contexto crítico, a preservação da estabilidade regional deve ter precedência sobre os interesses políticos e económicos. Félix Tshisekedi encontra-se numa encruzilhada e a sua escolha guiará o futuro de todo um país. É tempo de tomar decisões corajosas e responsáveis para evitar uma catástrofe humanitária na RDC.
Autor: Teddy Mfitu, Polymath, pesquisador e escritor / Consultor sênior do CICPAR