“A provação dos administradores territoriais na RDC: entre a espera pelos devidos benefícios e a desilusão”

O exercício de funções oficiais de administradores territoriais na República Democrática do Congo é sempre marcado por uma expectativa persistente dos benefícios que lhes são devidos. Mais de um ano após a sua nomeação, estes representantes dos 145 territórios do país continuam à espera do recebimento dos seus prémios, salários e despesas operacionais.

Diante desta situação, um administrador, preferindo permanecer anônimo, expressou sua angústia durante uma entrevista recente. Ele destacou as condições precárias em que operam esses atores do campo, destacando os riscos incorridos por alguns e os sacrifícios familiares sofridos por outros. Apesar das múltiplas abordagens às autoridades para obter satisfação, os administradores depararam-se com um obstáculo.

A questão do reconhecimento do seu papel e das suas missões coloca-se de forma aguda, enquanto o fosso entre as suas necessidades concretas e o não recebimento dos benefícios prometidos cristaliza um profundo sentimento de injustiça. As tentativas de encontro com as mais altas autoridades do país continuam infrutíferas, contrastando com a facilidade com que outras categorias profissionais obtêm audiência e reconhecimento.

A legitimidade e a eficácia da acção dos administradores territoriais na RDC são assim postas em causa, num contexto onde o compromisso com o serviço ao Estado e aos cidadãos deve ser valorizado e apoiado. É fundamental que as autoridades competentes tenham em conta as reivindicações legítimas destes intervenientes fundamentais na vida pública, para garantir o bom funcionamento das instituições e o desenvolvimento harmonioso dos territórios.

Jonathan Mesa em Bandundu

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