No coração da Etiópia, na região assolada por distúrbios, uma investigação da Reuters revela a existência de um comité secreto chamado Koree Nageenyaa, envolvido em actos repressivos brutais. Formado em resposta aos protestos populares que ocorreram depois da chegada ao poder do primeiro-ministro Abiy Ahmed em 2018, este grupo de alto escalão alegadamente ordenou assassinatos e prisões extrajudiciais para reprimir a rebelião do Exército de Libertação de Oromo (OLA).
A rebelião OLA, considerada uma organização terrorista pelas autoridades de Adis Abeba, defende a autonomia da comunidade Oromo, conduzindo a confrontos sangrentos e a repressões violentas. Isto é evidenciado pelo massacre de 14 pastores falsamente atribuído ao OLA pelo governo em Dezembro de 2021, mas revelado como obra do comité secreto Koree Nageenyaa por fontes citadas na investigação da Reuters.
Entre 2019 e Março de 2022, mais de 1.000 pessoas teriam sido detidas por ordem desta comissão, sem passar pelo processo judicial regular. Também foram relatados casos de tortura e intimidação de juízes, ilustrando um sistema repressivo e violento criado para reprimir qualquer desejo de protestar.
Este quadro sombrio da repressão na Etiópia revela uma realidade obscura e preocupante, onde a busca de autonomia e liberdade dos Oromos se depara com uma repressão brutal orquestrada em segredo por autoridades políticas altamente posicionadas. Uma situação que sublinha a importância da transparência e da protecção dos direitos fundamentais para prevenir novas tragédias e permitir que todos vivam em paz e liberdade.