A situação de segurança na República Democrática do Congo, e mais particularmente na parte oriental do país, continua extremamente preocupante. Durante a Missa pela Paz na RD Congo, organizada pelo Cardeal Fridolin Ambongo na Catedral de Notre Dame du Congo, foi apresentada uma análise lúcida e alarmante da crise.
O Cardeal Ambongo comparou o povo congolês a um homem despido, espancado e deixado para morrer por bandidos. Ele sublinhou que a crise persiste há quase três décadas, apesar dos repetidos avisos das autoridades religiosas e dos relatórios das organizações internacionais. As consequências deste conflito são devastadoras: milhões de mortes e pessoas deslocadas, violações em massa, famílias desfeitas e infra-estruturas destruídas.
Ele também destacou as questões económicas que alimentam este conflito, incluindo a exploração ilegal dos recursos naturais congoleses por multinacionais e países vizinhos. A pilhagem das riquezas do solo congolês é orquestrada com desrespeito pela vida humana e pela dignidade dos cidadãos congoleses.
Apesar das tentativas de mediação e de conversações diplomáticas, os combates persistem e as tensões entre a RDC e o Ruanda permanecem elevadas. Os confrontos entre as Forças Armadas Congolesas e os rebeldes, apoiados pelo exército ruandês, estão a aumentar, agravando a já crítica situação humanitária.
Perante esta crise sem fim, é imperativo pôr fim à exploração dos recursos congoleses, respeitar a integridade territorial do país e promover o diálogo para alcançar uma paz duradoura na RD Congo.
Assim, é mais do que necessário que a comunidade internacional tome medidas concretas para pôr fim a esta tragédia humanitária e apoiar os esforços de paz na região. Os actores políticos, militares e económicos envolvidos devem ser responsabilizados pelas suas acções e crimes, a fim de garantir um futuro pacífico e próspero para o povo congolês.
Os esforços de mediação e diálogo devem ser reforçados e a justiça e a prevenção de conflitos devem ser colocadas no centro das ações para estabelecer uma paz duradoura na RD Congo. É tempo de agir para pôr fim a esta injustiça e permitir finalmente que o povo congolês viva em paz e com dignidade.