As alterações climáticas constituem um grande desafio para África, com consequências potencialmente devastadoras a longo prazo. De acordo com um estudo recente liderado pelo economista Philip Kofi Adom, mais de 200 milhões de africanos poderão enfrentar uma fome grave até 2050 se as medidas de adaptação e mitigação não forem implementadas precocemente e eficientes.
Os efeitos das alterações climáticas já se fazem sentir através de fenómenos meteorológicos extremos e alterações nas precipitações, ameaçando gravemente o sector agrícola. Os rendimentos agrícolas poderão cair significativamente, com uma redução nos rendimentos relacionados com as culturas. Esta situação poderá levar a um aumento da pobreza de 20 a 30% no continente, prejudicando os esforços de desenvolvimento das últimas décadas.
O estudo também destaca a ameaça crescente da escassez de água, forçando milhões de africanos a migrar para outras regiões em busca de recursos disponíveis. A segurança alimentar está a tornar-se uma questão crucial, com 200 milhões de pessoas potencialmente afetadas pela fome se ações concretas não forem tomadas rapidamente.
No entanto, é importante sublinhar que ainda existem oportunidades para mitigar estes efeitos devastadores das alterações climáticas. Manter o aquecimento global abaixo dos 2 graus poderia limitar consideravelmente os impactos negativos no continente africano. Além disso, o aumento do apoio financeiro dos países desenvolvidos para medidas de adaptação e segurança alimentar em África seria essencial para enfrentar este desafio urgente.
Em última análise, o estudo destaca a urgência de agir sobre as alterações climáticas em África, implementando políticas e investimentos fortes para garantir a resiliência das populações mais vulneráveis. O futuro de milhões de africanos depende da nossa capacidade de tomar medidas decisivas agora.