A União Europeia encontra-se no centro de uma situação delicada relativamente à agressão ruandesa na República Democrática do Congo. Durante o seu próximo discurso no Parlamento Europeu, Josep Borrell Fontelles, Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, abordará este tema quente que provoca fortes reações.
Na região oriental da RDC, as operações do exército ruandês e dos rebeldes M23 mergulharam a população numa situação desastrosa. Os confrontos mortais entre a coligação M23-RDF e as forças congolesas levaram à morte de soldados e semearam o terror entre os civis.
O eurodeputado Marc Botenga, do PTB, criticou fortemente a atitude da UE, denunciando a sua falta de acção face à agressão ruandesa na RDC. Ele sublinha a hipocrisia da União Europeia que reforça a sua cooperação militar com o Ruanda, apesar das evidências do seu envolvimento no conflito.
Ao mesmo tempo, um acordo entre a UE e o Ruanda sobre matérias-primas críticas provocou uma onda de indignação. Marc Botenga qualifica este acordo como uma “vergonha” e acusa a UE de querer aproveitar a guerra na RDC para obter os recursos naturais do país em detrimento da sua população.
O Presidente da RDC, Félix Tshisekedi, também rejeita este acordo, denunciando uma tentativa de pilhagem das riquezas congolesas. Alerta para as consequências desta exploração, sublinhando que apoiar tal acordo equivaleria a participar indirectamente no roubo dos recursos do país nas garras de um conflito devastador.
Em conclusão, a posição da União Europeia relativamente à agressão ruandesa na RDC levanta questões sobre as suas verdadeiras motivações e valores. Os debates no Parlamento Europeu irão destacar as questões políticas e éticas ligadas a esta grande crise regional.