No comovente teatro da diplomacia congolesa, sucedem-se discursos inflamados, reflectindo as tensões e questões complexas que impulsionam as relações internacionais. Embora os líderes congoleses denunciem vigorosamente a atitude ambígua da União Europeia em relação à agressão ruandesa, é crucial ter uma visão lúcida da situação e agir de forma informada.
É inegável que o Ruanda, um país com recursos limitados, não poderia levar a cabo uma agressão prolongada sem apoio externo. Os verdadeiros intervenientes neste conflito permanecem nas sombras, revelando interesses complexos e alianças preocupantes.
Em vez de se perderem em jogos verbais estéreis, as autoridades congolesas devem passar das palavras à acção. É hora de abandonar discursos vazios e priorizar ações concretas no terreno para proteger os interesses do Congo e dos seus cidadãos. A inacção já não é uma opção face à predação dos recursos minerais congoleses pelo Ruanda.
É imperativo quebrar o ciclo de inacção e de retórica vazia. As apostas são demasiado importantes para serem relegadas a segundo plano. A responsabilidade, a determinação e a acção resoluta devem orientar a diplomacia congolesa para enfrentar os desafios que ameaçam a estabilidade e a soberania da República Democrática do Congo.
Neste contexto complexo e volátil, é essencial demonstrar vigilância e discernimento para defender os interesses da RDC num jogo diplomático onde as aparências podem enganar.
PELUCHE MFITU
Polímata, pesquisador e escritor / Consultor sênior da empresa CICPAR