“Milícias corporativas na China: um retorno às práticas de Mao Zedong na sociedade contemporânea”

Milícias corporativas na China: um retorno às práticas de Mao Zedong

As empresas chinesas parecem estar a regressar a uma prática antiga, criando milícias voluntárias armadas dentro dos seus grupos. Esta tendência, noticiada por vários meios de comunicação internacionais, lembra as medidas tomadas por Mao Zedong na década de 1960 para reforçar a cooperação entre o exército e a população.

De acordo com fontes citadas pelo Financial Times e pela CNN, pelo menos 16 grandes empresas chinesas criaram estas células de combate no ano passado. Estas milícias não são constituídas apenas por empresas públicas, mas também por grupos privados, testemunhando a importância estratégica destes actores económicos aos olhos do governo.

O Grupo Yili, o primeiro grupo privado a estabelecer uma milícia em Dezembro passado, com as suas actividades na produção de lacticínios, ilustra bem esta dinâmica. Embora de aparência privada, a influência do governo central sobre uma empresa tão estratégica como a Yili não pode ser negada.

É interessante notar que esta prática não é nova na China, ecoando os Departamentos das Forças Armadas Populares criados por Mao na década de 1950. Estas milícias deveriam reforçar a cooperação entre o exército e a população local, num contexto de defesa colectiva. .

As actuais autoridades chinesas justificam a criação destas novas milícias citando a necessidade de encorajar os cidadãos a investir na segurança da sua comunidade. Esta abordagem visa também promover uma melhor coesão entre os indivíduos e as autoridades públicas, com vista a reforçar o controlo social.

Este regresso às práticas lembra também a evocação de Xi Jinping da experiência Fengqiao, um episódio da Revolução Cultural onde a população se mobilizou para denunciar os inimigos da revolução. Este paralelo sublinha o desejo do governo chinês de reforçar o seu controlo social, apoiando-se em práticas antigas.

Em conclusão, o estabelecimento de milícias corporativas na China levanta questões sobre o papel destes grupos armados na sociedade contemporânea. O seu rápido desenvolvimento põe em causa as verdadeiras motivações subjacentes a esta abordagem e convida a uma reflexão mais aprofundada sobre a evolução da governação na China.

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