Os professores das escolas primárias e secundárias do eixo Mavivi-Kainama, no território de Beni, no Kivu do Norte, tomaram recentemente uma decisão corajosa e unida. Com efeito, após a trágica morte de alguns dos seus colegas, vítimas de um ataque covarde perpetrado pela ADF, os professores decidiram faltar às aulas durante três dias em sinal de luto e protesto.
Esta decisão foi anunciada na sequência de uma reunião extraordinária de membros dos principais sindicatos de professores da região, nomeadamente SYECO, SYNECAT e SYNEP. Justin Isse Balu e Roger Kavulo, porta-vozes destes sindicatos, sublinharam que esta cessação das aulas teve como objectivo prestar homenagem aos professores desaparecidos e denunciar a incrível violência de que foram vítimas.
O ataque que custou a vida a estes professores também causou diversas outras vítimas entre a população civil, com sequestros e execuções perpetrados pelos agressores. As ADF semearam o terror na região de Beni, aumentando os ataques contra civis sem distinção.
Após o enterro dos professores falecidos, os seus colegas quiseram expressar a sua solidariedade fazendo ouvir as suas vozes através desta greve simbólica. Um gesto forte que recorda o empenho e a coragem dos professores face às adversidades.
Esta mobilização dos professores do eixo Mavivi-Kainama demonstra a sua unidade e a sua determinação em lutar contra a insegurança que assola a região. Ao prestar homenagem aos seus colegas falecidos, lembram ao mundo a importância de proteger aqueles que dedicam as suas vidas à educação das gerações futuras.
Nestes tempos sombrios, a solidariedade e a determinação dos professores são fontes de inspiração para todos. Embora a região de Beni enfrente grandes desafios de segurança, estes heróis do quotidiano continuam a lutar por um futuro melhor, lembrando-nos assim da nobreza da sua missão educativa.