Nas reviravoltas do passado do Chile reside um mistério persistente: a morte do poeta Pablo Neruda, ocorrida em 1973 sob o reinado ditatorial do General Pinochet. Um caso que ressurge com o recente despacho do Tribunal de Recurso de Santiago que exige a reabertura da investigação.
Pablo Neruda, figura emblemática do Chile, foi vítima de envenenamento orquestrado pelo regime vigente? Esta questão tem assombrado o imaginário coletivo desde que pessoas próximas do poeta e do Partido Comunista relançaram as investigações. A hipótese de um assassinato surge após as revelações de um ex-assistente de Neruda, sugerindo uma injeção fatal pouco antes de seu planejado exílio no México.
A versão oficial do seu desaparecimento, atribuído ao cancro da próstata, é questionada por especialistas internacionais. A investigação, relançada após anos de incerteza, visa esclarecer as zonas cinzentas que cercam a morte do famoso escritor, bem como as circunstâncias precisas da sua morte.
Uma “meta-perícia” de análises anteriores, uma revisão da certidão de óbito e a audição de novas testemunhas estão previstas como parte desta nova fase de investigação. A luta pela verdade e pela justiça continua, simbolizando o desejo de toda uma nação de restaurar a memória e prestar homenagem ao ilustre poeta falecido.
A sombra de Pablo Neruda ainda paira sobre a paisagem cultural chilena, relembrando as horas sombrias da ditadura e a busca incessante pela verdade e pela reparação. A sua aura literária transcende épocas, ao mesmo tempo que alimenta um mistério que, esperamos, em breve encontrará o seu desfecho nas reviravoltas da História.