Nas movimentadas ruas de Dakar, no Senegal, a excitação política é palpável, uma vez que as eleições presidenciais são objecto de acaloradas discussões. Quinze dos vinte candidatos autorizados a concorrer uniram-se para exigir que a votação ocorresse até 2 de abril, data correspondente ao fim do mandato do Presidente cessante Macky Sall.
Entre estes candidatos estão figuras de renome como Bassirou Diomaye Faye e o antigo presidente da Câmara de Dakar, Khalifa Sall, ambos sublinhando a importância de respeitar o calendário eleitoral e de manter a lista de candidatos em disputa.
A proposta de Macky Sall de adiar as eleições por vários meses, a fim de resolver disputas sobre a elegibilidade dos candidatos, enfrentou um revés quando o mais alto tribunal do país declarou o adiamento inconstitucional. Em resposta, Sall expressou o seu compromisso em realizar as eleições “o mais rapidamente possível”.
Entretanto, eclodiram protestos em Dakar, com manifestantes a apelar ao Presidente Sall para acelerar o processo eleitoral. Centenas de pessoas saíram às ruas gritando slogans contra as alegadas tendências autoritárias de Sall e exigindo a libertação de figuras da oposição presas.
O adiamento das eleições presidenciais inicialmente previstas para 25 de fevereiro gerou polémica, levando a confrontos entre manifestantes e forças de segurança. A decisão do Conselho Constitucional de rejeitar o adiamento sublinha o imperativo de realizar eleições que sejam simultaneamente oportunas e transparentes para preservar os padrões democráticos no Senegal.
Apesar da negação do Presidente Sall das intenções de prolongar o seu mandato, a frustração da população não diminuiu, alimentando a pressão local e internacional para uma rápida resolução do impasse político.
O Gabinete de Assuntos Africanos do Governo dos Estados Unidos, numa declaração nas redes sociais, saudou a decisão do Conselho Constitucional, sublinhando a importância de restaurar a trajectória democrática do Senegal através de um processo eleitoral oportuno.