No ano de 2023, a África do Sul continua a enfrentar um grande desafio: o desemprego. De acordo com os últimos dados oficiais divulgados recentemente, a taxa de desemprego da África do Sul subiu para 32,1% no quarto trimestre, confirmando a sua posição como o país com a taxa de desemprego mais elevada do mundo.
O Inquérito Trimestral às Forças de Trabalho revelou que o número de pessoas desempregadas em idade activa na África do Sul atingiu 7,9 milhões, com um aumento de mais 46.000 desempregados nos últimos três meses de 2023, acima dos 31,9% anteriores.
Estes números são más notícias para o partido no poder, o Congresso Nacional Africano (ANC), que se prepara para enfrentar as eleições mais difíceis da sua história nos próximos meses. A taxa de desemprego muito elevada representa um problema importante para os eleitores e realça as dificuldades económicas do país.
Os jovens são particularmente afectados pelo desemprego, com uma taxa de 59,4% entre os jovens dos 15 aos 24 anos no final do ano passado. Apesar da sua posição como a economia mais avançada do continente africano, a África do Sul luta para criar empregos para os jovens que entram no mercado de trabalho.
Desde o fim do regime do apartheid em 1994, o partido no poder, ANC, viu o seu apoio diminuir gradualmente devido à sua incapacidade de fornecer empregos, habitação e serviços a milhões de pessoas pobres. Várias sondagens prevêem que o ANC poderá perder a maioria nas próximas eleições nacionais, o que constituiria um importante ponto de viragem na história política do país.
Perante esta situação, a principal oposição, a Aliança Democrática, está a explorar a possibilidade de formar a sua própria coligação com vários partidos pequenos, na esperança de expulsar o ANC do poder. Se o ANC perdesse a sua maioria, então teria de celebrar acordos de coligação para permanecer no governo e manter o Presidente Cyril Ramaphosa no cargo para um segundo e último mandato de cinco anos.
A data das eleições deste ano ainda não foi anunciada, mas prevê-se que ocorram entre maio e agosto. A África do Sul encontra-se num momento crucial da sua história política e os resultados das próximas eleições poderão moldar o futuro do país nos próximos anos.