Marrocos enfrenta uma situação crítica: uma seca persistente põe em perigo todo o sector agrícola do país pelo sexto ano consecutivo. A baixa pluviosidade registada, combinada com temperaturas anormalmente elevadas, criou um estado de crise sem precedentes. As colheitas lutam para germinar, os solos secam e os agricultores, desiludidos, desistem de semear por medo de perder tudo.
Esta escassez de água afecta não apenas as pequenas explorações agrícolas familiares, que dependem em grande parte da chuva para a sua subsistência, mas também os grandes produtores que recorrem às águas subterrâneas para irrigar as suas culturas. Infelizmente, esta sobreexploração dos recursos hídricos só piora a situação, pondo em perigo o frágil equilíbrio ecológico local.
Assistimos assim a um questionamento do modelo agrícola marroquino, há muito centrado no cultivo intensivo de produtos que consomem muita água, como o tomate, os citrinos ou o abacate. Perante esta realidade implacável das alterações climáticas, os especialistas apelam a uma reorientação estratégica para culturas mais adaptadas às condicionantes do território, como o sorgo ou a quinoa, menos exigentes em água e mais resilientes aos riscos climáticos.
Esta crise hídrica em Marrocos é um claro sinal de alarme enviado pela natureza. É imperativo repensar fundamentalmente as nossas práticas agrícolas para garantir a sustentabilidade dos recursos naturais e garantir a segurança alimentar do país. É tempo de adotar uma abordagem mais sustentável e amiga do ambiente, que não só preservará as nossas terras, mas também criará empregos sustentáveis e impulsionará a economia agrícola local.
Em conclusão, a seca que atinge Marrocos é um grande desafio que exige uma resposta colectiva e urgente. É hora de repensar a nossa relação com a natureza e adotar práticas agrícolas que respeitem mais o meio ambiente. As alterações climáticas são uma realidade inevitável que devemos enfrentar, fazendo uma transição para uma agricultura mais sustentável e resiliente.