“Goma: Manifestação cidadã contra a agressão do M23 e interesses estrangeiros”

No dia 19 de Fevereiro, a cidade de Goma, no Kivu do Norte, foi palco de uma manifestação popular de escala notável. Apesar da proibição da Câmara Municipal, os cidadãos reuniram-se para denunciar a alegada cumplicidade da comunidade internacional na agressão da RDC pelo Ruanda, camuflada sob a bandeira do grupo terrorista M23.

A marcha, organizada num espírito pacífico, teve como objectivo chamar a atenção para os abusos perpetrados pelo M23 nos territórios de Rutshuru e Masisi. Os manifestantes, indignados com o apoio que acreditam ter recebido de países estrangeiros, queimaram simbolicamente as bandeiras do Ruanda, dos Estados Unidos e da França, apontando o dedo à sua alegada cumplicidade.

As exigências dos cidadãos eram claras: pediram ao governo congolês que tomasse medidas firmes contra o M23 e cortasse laços com países acusados ​​de o apoiar. Vários slogans foram emitidos, exigindo em particular que as autoridades militares instalassem o seu quartel-general em Goma para estar o mais próximo possível das populações afectadas.

A marcha, que terminaria na localidade de Sake, foi interrompida pelos serviços de segurança quando os manifestantes se aproximavam da zona operacional do CCLK, no distrito de Mugunga.

Este acontecimento sublinha mais uma vez as tensões persistentes nesta região de África e a frustração das populações confrontadas com o que consideram uma falta de acção por parte das autoridades e da comunidade internacional. Entretanto, a esperança de ver a situação melhorar continua frágil e esta mobilização dos cidadãos deverá alimentar o debate sobre as questões de segurança e humanitárias que a RDC enfrenta.

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