As tensões persistem na região dos Grandes Lagos, onde o grupo rebelde M23 continua a semear o terror no leste da República Democrática do Congo. Os Estados Unidos apontaram recentemente o dedo ao Ruanda, acusando-o de apoiar o grupo rebelde, provocando uma forte reacção de Kigali.
O Departamento de Estado dos EUA condenou publicamente a escalada da violência e apelou ao M23 para cessar imediatamente as hostilidades e retirar-se das posições que ocupa em torno de Sake e Goma. Além disso, os Estados Unidos apelaram ao Ruanda para retirar imediatamente todas as suas tropas militares da RDC e remover os seus sistemas de mísseis terra-ar.
Em resposta, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Ruanda reagiu fortemente, afirmando que a declaração americana distorcia a realidade e afirmando que o Ruanda reservava o direito de autodefesa contra as ações da RDC na região, que considera uma ameaça à sua segurança.
Kigali expressou a sua “profunda preocupação” com o que descreve como “o abandono dos processos de paz regionais”, ao mesmo tempo que deplorou a indiferença da comunidade internacional face ao “dramático reforço militar” da RDC.
Estas acusações surgem num contexto de aumento da violência no leste da RDC, com confrontos entre os rebeldes do M23, as forças armadas e os grupos de autodefesa que os apoiam. Centenas de milhares de pessoas foram forçadas a fugir, muitas delas agora em Goma, à medida que a M23 avança em direcção à cidade.
Na semana passada, a África do Sul anunciou que iria enviar um contingente de 2.900 soldados como parte da sua contribuição para uma força destacada pela SADC para ajudar a RDC a combater grupos rebeldes.
Esta escalada de tensões na região dos Grandes Lagos recorda a fragilidade da situação e sublinha a urgência de uma acção concertada para restaurar a paz e a estabilidade nesta parte de África.