As eleições presidenciais no Senegal ainda estão sujeitas a uma incerteza persistente, criando uma atmosfera de suspense que divide os actores políticos do país. Inicialmente marcadas para 25 de Fevereiro, as eleições foram adiadas abruptamente pelo Presidente Macky Sall, suscitando reacções contrastantes no seio da classe política senegalesa.
Os apoiantes de Bassirou Diomaye Faye, próximo do opositor Ousmane Sonko e candidato validado às eleições presidenciais, reafirmaram o seu objectivo de ver a votação realizada em 2 de Abril. A coligação do Presidente Diomaye manifestou claramente o seu desejo de ver as eleições ocorrerem antes do final do mandato presidencial, exigindo ao mesmo tempo a libertação do seu candidato para garantir a igualdade de tratamento.
Por outro lado, o colectivo de cidadãos Aar Sunu Election faz campanha por uma organização rápida da votação, a partir de 3 ou 10 de Março, mesmo à custa de uma campanha eleitoral mais curta. Para eles, as actuais consultas deveriam limitar-se a ajustar o calendário eleitoral com os candidatos já validados pelo Conselho Constitucional.
Dentro da maioria presidencial, levantam-se vozes a favor de um diálogo nacional alargado, argumentando que um consenso prévio permitiria evitar qualquer disputa durante o processo eleitoral. Esta abordagem poderia, no entanto, prolongar os atrasos, acrescentando uma dimensão adicional à complexidade da situação.
Por último, o grupo de candidatos reprovados, sentindo-se lesados pelas decisões do Conselho Constitucional, apela a uma consulta nacional destinada a reformar a lei eleitoral, o que implicaria o reinício do processo de selecção de candidatos. Entre eles, Karim Wade e o seu partido, o PDS, já manifestaram preferência pelo adiamento das eleições.
Neste contexto político turbulento e incerto, o Senegal permanece em suspense, oscilando entre diferentes aspirações e visões relativamente à organização das suas eleições presidenciais. O caminho para o consenso parece repleto de armadilhas, deixando dúvidas quanto ao resultado final desta saga eleitoral.