A prisão central de Munzenze, em Goma, na província de Kivu Norte, na República Democrática do Congo, enfrenta uma situação alarmante. Mais de 100 reclusos sofrem de tuberculose, segundo Mwisha Ivette, diretora interina da prisão. Esta situação deve-se principalmente à sobrelotação e às precárias condições de vida neste estabelecimento penitenciário.
Com capacidade original de apenas 350 presos, a prisão de Goma tem atualmente cerca de 3.500 residentes. Esta superlotação incentiva a propagação de doenças infecciosas como a tuberculose. Além disso, outros presos também são afetados por doenças tropicais negligenciadas, como micose e sarna.
O diretor da Prisão Central de Munzenze manifesta preocupação com a propagação da doença entre os presos. Actualmente, apenas algumas pessoas, cujas famílias prestam cuidados médicos, são tratadas nos edifícios do Hospital de Virunga.
A tuberculose é uma doença muito presente na República Democrática do Congo. Em Março de 2022, o Ministro da Saúde Pública, Higiene e Prevenção, revelou que o país tinha a segunda maior taxa de prevalência de tuberculose em África, com mais de 216 mil casos para uma população estimada em quase 100 mil habitantes.
Perante esta situação de emergência na prisão de Goma, as autoridades penitenciárias apelam aos parceiros do governo congolês na área da saúde para que dêem uma resposta concreta e protejam os presos do contágio causado pela bactéria da tuberculose.
É crucial que sejam tomadas rapidamente medidas para melhorar as condições de vida na Prisão Central de Munzenze e para fornecer cuidados médicos adequados aos reclusos. Não devemos esquecer que estas pessoas também têm direitos fundamentais, incluindo o direito de acesso a cuidados de saúde adequados.
A situação na prisão de Goma realça uma questão mais ampla relativa às condições de detenção na República Democrática do Congo. É imperativo que as autoridades tomem medidas para resolver o problema da sobrelotação prisional e melhorar as condições de vida dos reclusos. A saúde dos reclusos deve ser uma prioridade e devem ser envidados esforços para prevenir a propagação de doenças infecciosas e garantir o acesso adequado a cuidados médicos.