“O levantamento da moratória sobre a pena de morte para soldados na RDC: um debate que divide a opinião pública”

O debate está acirrado na República Democrática do Congo na sequência da proposta do Conselho Superior de Defesa para levantar a moratória sobre a pena de morte para soldados culpados de traição. Esta decisão suscita reações contrastantes na opinião pública congolesa.

Durante um programa de rádio intitulado “Diálogo entre Congoleses” transmitido pela Rádio Okapi, foram expressas diferentes opiniões sobre esta questão controversa. Alguns convidados consideram que esta medida deve aplicar-se a todos os crimes, enquanto outros consideram que viola o artigo 61.º da Constituição da República.

O professor de direito constitucional Jacques Djoli acredita que a pena de morte não deve limitar-se à traição, mas deve aplicar-se a todos os crimes. Segundo ele, não devemos nos limitar à questão da disciplina no comando, mas devemos também fortalecer o sistema de justiça militar para todos os delitos dolosos.

No entanto, várias organizações de direitos humanos, como a Associação Africana para os Direitos Humanos (ASADHO), condenam veementemente este pedido do Alto Conselho de Defesa, qualificando-o de uma violação flagrante da Constituição. Segundo o presidente da ASADHO, Jean-Claude Katende, esta proposta não cumpre o artigo 61 da Constituição.

O pedido de levantamento da moratória sobre a pena de morte foi formulado pelo Conselho Superior de Defesa e apresentado durante o conselho de ministros pela ministra da Justiça, Rose Mutombo.

Este debate sobre a pena de morte para soldados culpados de traição levanta questões fundamentais sobre a relação entre justiça e disciplina no seio das forças de defesa e segurança na República Democrática do Congo. Destaca diferenças de opinião e tensões entre aqueles que apoiam a aplicação estrita da pena de morte e aqueles que acreditam que esta pode violar os direitos fundamentais.

Uma coisa é certa: esta proposta suscita debates acesos e a questão da pena de morte e da sua aplicação continua a ser um assunto sensível e controverso no contexto congolês.

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