Governadores Provinciais na República Democrática do Congo: uma nova abordagem para resultados concretos
A nomeação de governadores provinciais na República Democrática do Congo é um processo que levanta actualmente muitas questões. Depois de anos de governação muitas vezes criticada e de resultados insatisfatórios, é altura de repensar a nossa abordagem para garantir uma melhor gestão das províncias.
Desde o lançamento do processo democrático em 2006, a maioria das províncias enfrentou dificuldades. Os deputados provinciais gastam o seu tempo a enviar moções contra os governadores, acusando-os de má gestão e incompetência. Esta situação levou à instabilidade política e à falta de confiança nos líderes provinciais.
Os governadores, por sua vez, defendem-se argumentando a falta de meios financeiros e materiais para levar a cabo os seus programas de ação. Destacam o não retrocesso como o principal obstáculo à concretização dos seus projetos. No entanto, é inegável que tem faltado transparência na governação provincial nos últimos anos, especialmente na capital, Kinshasa.
É neste contexto que o Presidente da República prometeu medidas correctivas corajosas durante a sua tomada de posse. Para concretizar essas promessas, está prevista a revisão dos critérios de seleção dos governadores e a eleição de candidatos não-nativos. Esta abordagem enfatizaria a competência e a qualidade dos candidatos, ao mesmo tempo que poria fim à prática vergonhosa de corrupção que muitas vezes acompanha as nomeações.
É importante recordar os erros do passado, como a eleição do governador de Kinshasa em 2006. Apesar de o MLC ser o partido com maior número de eleitos provinciais, o seu candidato foi derrotado por um candidato pertencente a o PPRD. Esta situação foi marcada por denúncias de corrupção e gerou polêmica. Infelizmente, o governador eleito não conseguiu resolver os problemas insalubres em Kinshasa, o que realça a importância de escolher candidatos competentes, independentemente da sua origem geográfica.
É hora de pôr fim a esta descida ao inferno nas nossas províncias, escolhendo candidatos que sejam verdadeiramente qualificados para assumir o cargo de governador. A experiência da filiação tribal mostrou os seus limites e é hora de priorizar a competência acima de tudo. Os candidatos da Sagrada União da Nação devem ser seleccionados tendo em conta o seu perfil e experiência, de forma a garantir a boa gestão das províncias.
É interessante notar que as duas províncias actualmente sitiadas, Kivu do Norte e Ituri, são lideradas por não-nativos. Apesar dos desafios colocados pela guerra e pela agressão externa, estas províncias registam uma maior estabilidade. Isto prova que a filiação geográfica não deve ser o critério determinante na escolha dos governadores.
É hora de os representantes eleitos da Sagrada União da Nação tomarem decisões corajosas e priorizarem a competência e a experiência na escolha dos governadores provinciais. Esta abordagem abrirá caminho a uma melhor governação e porá fim à corrupção e à incompetência que marcaram os últimos anos. Através desta nova abordagem, veremos resultados tangíveis e progresso real para o nosso país.