Primeira vaga de prisioneiros libertados no Senegal: um sinal de relaxamento político
Esta quinta-feira, 15 de fevereiro, cerca de dez detidos foram libertados no Senegal, marcando o início de uma onda de libertações provisórias. Esta decisão surge num contexto político tenso, com o adiamento das eleições presidenciais pelo Presidente Macky Sall. A sociedade civil e a oposição intensificaram assim a pressão para obter a libertação dos detidos considerados políticos, com o objectivo de pacificar o espaço político.
Entre os primeiros libertados encontramos Toussaint Manga, membro do partido dissolvido Pastef, preso em agosto passado. Sua reação ao ser libertado da prisão: “Que a luta continue”. Outros nomes também aparecem na lista dos libertados, como Aliou Sané, do movimento Y’en a marre, o rapper Nitdoff, o pregador Oustaz Assane Seck e o estudante e ativista Pape Abdoulaye Touré.
Segundo o advogado Moussa Sarr, todos os detidos beneficiaram de liberdade provisória automática, iniciada pelo Ministério Público. No entanto, especifica que este levantamento do mandado de internação não põe fim ao processo judicial em curso.
Estas libertações poderão contribuir para um alívio da situação, ao mesmo tempo que a sociedade civil apela à libertação dos presos políticos e estão planeadas novas manifestações para este fim de semana em protesto contra o adiamento das eleições presidenciais.
Amadou Ba, membro do antigo partido Pastef, saúda estas libertações, mas também apela à libertação dos restantes detidos, sublinhando que esta decisão unilateral não é resultado de negociações. Ressalta que a principal exigência continua sendo o respeito ao calendário eleitoral e a realização das eleições na data prevista.
Esta onda de libertações de presos políticos suscita alguma esperança relativamente a uma possível melhoria do clima político no Senegal. No entanto, a situação continua frágil e o futuro político do país permanece incerto. Os próximos dias serão decisivos para determinar se estas libertações contribuirão verdadeiramente para a pacificação do espaço político ou se surgirão novos desafios.