“O Japão cede o seu lugar como terceira potência económica mundial à Alemanha: quais as consequências para a economia japonesa?”

O Japão cede o seu lugar como terceira potência económica mundial à Alemanha

Numa primeira estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) publicada na quinta-feira, foi anunciado que o Japão perdeu o seu lugar como terceira maior economia do mundo para a Alemanha. Um rebaixamento simbólico, mas revelador da trajetória da economia japonesa.

A queda do iene e a demografia lenta são os principais factores que explicam esta descida. O PIB nominal do Japão em 2023 foi de cerca de 4,2 biliões de dólares, em comparação com os cerca de 4,5 biliões de dólares da Alemanha. Este último beneficiou de uma inflação significativa no ano passado, impulsionando assim o seu PIB nominal.

Porém, em termos reais, ou seja, sem ter em conta a inflação, a economia japonesa progrediu no ano passado, com um crescimento de 1,9%, face a 1% em 2022. Por outro lado, a economia alemã contraiu 0,3%, segundo. dados oficiais divulgados em janeiro.

Esta deterioração da situação económica da Alemanha põe em causa o seu título de terceira potência económica mundial, que lhe estava predestinado desde Outubro passado, segundo previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Além disso, outro país está numa emboscada para ultrapassar o Japão e a Alemanha: a Índia. Segundo Brian Coulton, economista da Fitch Ratings, a economia indiana poderá juntar-se a estes dois países já em 2025 em termos de PIB nominal denominado em dólares. No entanto, ele disse que o PIB per capita da Índia permanecerá muito inferior ao da Alemanha e do Japão.

No Japão, os meios de comunicação locais comentam extensivamente esta perda de posição económica, enfatizando que a queda do iene e a contracção demográfica acelerada do país são factores negativos significativos. Apelam também a reformas económicas para acelerar o crescimento do país.

Tanto o Japão como a Alemanha são potências exportadoras, mas o seu estatuto tem estado em declínio há algum tempo. Além disso, o consumo interno no Japão é afetado pela inflação e pela queda do iene.

Perante esta situação, o Ministro Japonês da Revitalização Económica, Yoshitaka Shindo, reconheceu a necessidade de realizar reformas estruturais e aumentar os salários para fazer face à inflação.

No quarto trimestre, o PIB japonês contraiu-se, empurrando o país para uma recessão técnica. Esta situação surpreendente poderá levar o Banco do Japão a ser mais cauteloso no seu planeado aperto monetário para este ano.

Em resumo, o Japão perdeu o seu lugar como terceira potência económica mundial para a Alemanha, devido à queda do iene e à demografia lenta. A Índia está a posicionar-se numa emboscada para ultrapassar estes dois países num futuro próximo. O Japão deve considerar reformas económicas para fortalecer o seu crescimento.

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