Título: Intahaka, a mina de ouro do Mali entre a segurança e a cobiça
Introdução :
A mina de ouro de Intahaka, localizada no norte do Mali, foi recentemente assumida pelo exército maliano e pelo grupo russo Wagner. Este garimpo artesanal de ouro, que atrai milhares de garimpeiros em busca de ouro, é há muito tempo refúgio de numerosos grupos armados. Esta intervenção levanta questões sobre as reais motivações destes actores: proteger o local ou lucrar com este cobiçado recurso mineiro?
Protegendo o local ou operando a mina?
A chegada do exército do Mali e do grupo Wagner a Intahaka levantou questões sobre as suas reais intenções. Segundo algumas fontes, o objectivo era proteger o local e evitar que grupos armados explorassem esta mina para o seu financiamento. Foram realizadas escavações, os mineiros de ouro armados foram excluídos e é agora o exército do Mali que garante a segurança do local.
No entanto, outras fontes afirmam que o grupo Wagner teria preferido lucrar com a mina. Foram feitas alegações de roubos de ouro e prata, embora não pudessem ser confirmadas de forma independente. Estas fontes também sugerem que a chegada de Wagner anuncia futuras cobranças de impostos por parte do grupo russo, como as suas actividades na República Centro-Africana e no Sudão.
O papel preocupante dos grupos armados na mineração
A presença de grupos armados em Intahaka não é nova. Nos últimos anos, o local tem sido palco de rivalidades e confrontos entre diferentes grupos armados, todos ansiosos por lucrar com esta mina de ouro artesanal. De acordo com um relatório do UNODC, estes grupos armados utilizam o tráfico de ouro como fonte de financiamento. As minas artesanais do Mali produzem oficialmente 26 toneladas de ouro por ano, mas esta estimativa não tem em conta as minas controladas por grupos armados no Norte.
Rumo à regulamentação das atividades mineiras no Mali
Esta situação realça a urgência de regulamentar a mineração no Mali. Os recursos naturais, como o ouro, podem ser uma fonte de riqueza para o país, mas também são explorados ilegalmente e ajudam a financiar grupos armados. É fundamental implementar mecanismos de controlo e transparência para garantir que os benefícios desta actividade beneficiam realmente o desenvolvimento do país.
Conclusão:
O investimento do exército do Mali e do grupo Wagner na mina de ouro de Intahaka levanta questões sobre as reais motivações destes actores. Trata-se de proteger o local ou de aproveitar este cobiçado recurso mineiro? Num contexto marcado pela presença de grupos armados e pelo tráfico de ouro, é essencial regular as actividades mineiras para garantir que os lucros regressam verdadeiramente ao Mali e contribuem para o seu desenvolvimento.