“RDC: Ação urgente: pôr fim aos combates e encontrar soluções duradouras para a paz no leste do país”

Confrontados com a escalada dos combates entre as Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC) e o Movimento 23 de Março (M23) na região de Shasha, no Kivu do Norte, os Estados Unidos emitiram uma declaração instando todos os grupos armados não estatais a cessarem hostilidades e depor as armas. Ao mesmo tempo, apelaram mais uma vez ao Ruanda para que deixasse de apoiar o M23 e retirasse imediatamente as suas forças armadas do território congolês.

Esta situação alarmante também suscitou a reacção do chefe da Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas na RD Congo (MONUSCO), que apelou ao M23 para pôr fim às hostilidades e desarmar-se incondicionalmente, de acordo com os compromissos assumidos durante a mini-cimeira de Luanda, em Novembro. 2022.

O conflito que assola o leste da RDC há vários anos tem causado inúmeros sofrimentos às populações locais, com deslocações massivas de civis, destruição de aldeias e violência generalizada. É crucial pôr fim a esta situação e encontrar soluções duradouras para garantir a segurança e a estabilidade na região.

Tendo isto em mente, Christophe Baseane Nanga, governador da província de Haut-Uélé, e Augustin Muhesi, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Goma e investigador do Centro de Investigação da RDC, propuseram algumas soluções possíveis durante uma entrevista. Enfatizam a importância de reforçar a presença do Estado congolês nestas áreas, fornecendo serviços básicos como educação, saúde e emprego. Salientam também a necessidade de criar mecanismos de reconciliação e diálogo entre as diferentes partes interessadas, a fim de construir uma paz duradoura.

É também crucial abordar as causas profundas deste conflito, especialmente a questão dos recursos naturais. A região oriental da RDC é rica em minerais preciosos como ouro, coltan e cobalto, que são cobiçados por grupos armados e alimentam indirectamente o financiamento de conflitos. É portanto imperativo lutar contra a exploração ilegal destes recursos e promover uma exploração responsável e equitativa que beneficie as populações locais.

Finalmente, a cooperação regional é essencial para resolver este conflito complexo. É essencial que os países vizinhos, especialmente o Ruanda, se empenhem activamente na procura de uma solução pacífica e parem de apoiar os grupos armados que operam na região.

Em conclusão, a situação no leste da RDC continua preocupante e exige uma acção urgente e concertada por parte da comunidade internacional e dos actores regionais. É essencial pôr fim aos combates, desarmar os grupos armados e abordar as causas profundas deste conflito, a fim de alcançar uma paz duradoura e permitir o desenvolvimento socioeconómico da região.

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