Título: Manifestações no Senegal contra o adiamento das eleições presidenciais para 2024: uma situação tensa que se agrava
Introdução :
Desde o anúncio do adiamento das eleições presidenciais no Senegal, o país tem sido palco de manifestações violentas. Estes protestos, que começaram na sexta-feira passada, já deixaram três mortos e muitos feridos. Os protestos espalharam-se por diferentes cidades do país, realçando a extensão da raiva e do descontentamento da população. Neste artigo examinaremos mais de perto os acontecimentos recentes, as exigências da oposição e as reações das autoridades.
Um número mortal:
O número de manifestações continua a aumentar no Senegal. Desde sexta-feira, duas novas vítimas foram relatadas. Modou Guéye, um vendedor de 23 anos, sucumbiu aos ferimentos no Hospital Principal de Dakar, após ser atingido por uma bala durante as manifestações. Por sua vez, Landing Camara conhecido como Diedyhiou, estudante do colégio Ziguinchor, também perdeu a vida após levar um tiro na cabeça durante os confrontos nesta cidade. Essas mortes se somam à do estudante Alpha Yero Tounkara, morto na última sexta-feira na Universidade de Saint Louis.
Reclamações e disputas:
As manifestações seguem-se à decisão do Presidente Macky Sall de revogar o decreto que convocava os eleitores às urnas em 25 de Fevereiro. A esta decisão seguiu-se o adiamento da votação para 15 de dezembro de 2024. Estas medidas suscitaram fortes protestos da oposição e da sociedade civil. Foram apresentados pedidos ao Conselho Constitucional para continuar o processo eleitoral e os deputados da oposição solicitaram ao Supremo Tribunal a anulação do decreto de adiamento. Estes actores apelam à manutenção da data inicial das eleições.
Consequências materiais e sociais:
Além das perdas humanas, as manifestações também deixaram vestígios materiais. Foram relatados saques de empresas em Touba e Mbour. Esta violência também gerou um clima tenso na capital, Dakar, que viveu excessos na sexta-feira. Para expressar a sua insatisfação, algumas organizações sindicais anunciaram uma greve a partir de segunda-feira. A situação continua preocupante e o país está mergulhado num impasse político que ameaça a estabilidade social e económica.
Apela ao diálogo e a reações mistas:
Perante esta situação de crise, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) apelou às autoridades senegalesas para manterem a data inicial das eleições. Por sua vez, o Presidente Macky Sall reiterou o seu apelo ao diálogo para resolver esta crise. O Conselho Constitucional deve agora pronunciar-se sobre os pedidos apresentados pelos actores políticos.
Conclusão:
As manifestações no Senegal contra o adiamento das eleições presidenciais para 2024 levaram a perdas humanas e materiais consideráveis. A raiva e o descontentamento da população são palpáveis e a situação política no país é particularmente tensa. É urgente que se estabeleça um diálogo entre os diferentes intervenientes, a fim de encontrar uma solução pacífica e evitar uma escalada de violência. O respeito pela democracia e pelos direitos humanos deve estar no centro das preocupações de todos para preservar a estabilidade do país e permitir que o povo senegalês se expresse livremente durante as próximas eleições presidenciais.