HINO NÃO OFICIAL: “Coup du Hammer”: a música que incendeia a Costa do Marfim durante o CAN 2024
O hino oficial do CAN 2024, “Akwaba” do Magic System, foi destronado nos corações dos marfinenses por “Coup du Hammer” do produtor Tam Sir. Esta canção foi um sucesso estrondoso e agora acompanha a Costa do Marfim até a tão esperada final.
Criar um hino para uma competição de futebol não é uma tarefa fácil e às vezes pode ser cansativo. Vejamos o exemplo do hino CAN 2024: o mais famoso grupo musical da Costa do Marfim, Magic System, associado a artistas pan-africanos como Yemi Alade e Mohamed Ramadan, tudo num cenário de boas-vindas da Costa do Marfim com “Akwaba”. No papel, tudo parecia perfeito para celebrar a Taça Africana… mas os adeptos do futebol preferem um sabor mais local.
Nos maquis, nas discotecas, nos estádios, nas danças-câmaras do intervalo e até durante a entrada do Presidente Alassane Ouattara na cerimónia de abertura, o hit “Coup du Hammer” de Tam Sir é omnipresente durante o CAN e superado “Akwaba”.
“A Costa do Marfim recebe África, as coisas vão esquentar”, alertam. “Nós empurramos, empurramos, empurramos. Golpe de martelo, golpe de martelo.” Tudo acompanhado por uma dança fácil de imitar, nomeadamente os movimentos dos rins que pontuam os “golpes de martelo”.
Originalmente, existe Tam Sir, um jovem produtor marfinense de 25 anos. “Coup du Hammer” é a primeira faixa de seu futuro EP que terá seis faixas. Para a ocasião, colabora com nove artistas, entre eles Team Paiya, Ste Milano, Renard Barakissa, Tazeboy e PSK.
“Tive a ideia da produção, do instrumental: um trompete que imita os apoiantes oficiais dos Elefantes, o CNSE, com o seu ‘bang, bang, bang’. a letra ‘Hammer Blow’. É um trabalho em equipe: nunca somos fortes sozinhos, somos fortes como um grupo”, diz Tam Sir. “É uma mistura do antigo coupé-décalé, o maïmouna que é um derivado do ‘Rap Ivoire’ e do novo coupé-décalé, o biama.”
O título nasceu depois de uma longa noite de trabalho em estúdio: “Trabalhamos das 22h ao meio-dia! Sou perfeccionista”, sorri Tam Sir.
O ingrediente secreto do seu hit: “A mão de Deus”, explica ele, muito sério, como um crente fervoroso. “Seria mentira dizer que descobrimos os códigos para fazer música popular.”
Tam Sir se surpreende com o sucesso de seu hino, que está na moda na Costa do Marfim. “Francamente, é uma bênção de Deus! Até o presidente dança o ‘Martelo’. Até o embaixador francês”, exclama. “Provamos que nossa música pode abalar o mundo inteiro.”
Apesar do sucesso, Tam Sir se recusa a dizer que destronou o sucesso do Magic System. “Não substituímos o hino da CAN. Existe o hino e existe o ‘Hammer Blow’. ‘Hammer Blow’ não é um hino, é uma atmosfera. Criamos para ser jogado depois das partidas em bares e maquis.”
O golpe de Tam Sir é agora parte integrante do sucesso dos Elefantes. Sua transmissão no intervalo entre o tempo regulamentar e a prorrogação das oitavas de final Senegal x Costa do Marfim eletrizou o público do estádio Yamoussoukro, trazendo uma dose de loucura que permitiu ao time anfitrião vencer o campeão em título.
Como forma de agradecimento, os jogadores marfinenses, liderados por Seko Fofana, deram os passos de dança do “Golpe de Martelo” para comemorar com o público a inesperada vitória nos pênaltis. Desde então, os Elefantes dançam ao ritmo desta música a cada novo sucesso.
Cada campeonato tem sua música inesperada. Em 2018, durante a vitória da França na Copa do Mundo, “Bring the Cup Home” de Vegedream suplantou “Magic in the Air” de… Magic System. A Costa do Marfim terá um destino semelhante? A resposta será dada no domingo, durante a grande final contra a Nigéria.