O conflito na Faixa de Gaza continua a suscitar preocupações internacionais, especialmente no que diz respeito ao envolvimento do Irão e do Hezbollah. Há quatro meses que a situação se agrava e o Ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amirabdollahian, acaba de se reunir com representantes do Hezbollah libanês, bem como do Hamas e da Jihad Islâmica Palestiniana.
Esta reunião, que teve lugar em Beirute, ilustra o desejo do Irão de apoiar o Hezbollah e de afirmar que a segurança do Líbano é inseparável da segurança regional. Hossein Amirabdollahian disse que apesar de meses de agressão israelense contra Gaza e a Cisjordânia, Tel Aviv não conseguiu atingir os objetivos declarados.
Na verdade, Israel tinha inicialmente declarado que queria derrotar o Hamas e libertar todos os reféns israelitas detidos. No entanto, apesar da libertação de alguns reféns em troca da libertação de prisioneiros palestinianos, a libertação dos dois reféns israelitas restantes não ocorreu e o Hamas anunciou as suas mortes.
Paralelamente a esta situação complexa, o Hezbollah activou a frente libanesa com Israel em Outubro, o que acrescentou uma nova dimensão ao conflito. Além disso, os rebeldes Houthi no Iémen, aliados de Teerão, também participaram nas hostilidades, atacando navios que acreditam estarem ligados a Israel no Mar Vermelho.
Perante esta escalada, o Irão apela aos Estados Unidos para que pressionem Israel para pôr fim à sua ofensiva na Faixa de Gaza. O Ministro Amirabdollahian também declarou que tinha pedido aos Estados Unidos que não apoiassem os sionistas no seu genocídio e nos seus crimes contra Gaza e a Cisjordânia.
Este conflito já custou a vida a cerca de 27.947 palestinianos, principalmente mulheres e crianças. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse na sexta-feira que ordenou ao exército que preparasse um plano para evacuar os civis de Rafah, em antecipação a uma possível invasão israelense da cidade densamente povoada no sul da Faixa de Gaza.
No mesmo dia, a principal agência da ONU que presta ajuda à Faixa de Gaza denunciou as restrições financeiras impostas por Israel, que impediram a entrega de um carregamento de alimentos destinado a 1,1 milhões de palestinianos. Estas medidas têm um impacto directo na população já fortemente afectada pela guerra.
À medida que o conflito continua e as tensões entre as diferentes partes envolvidas aumentam, é crucial trabalhar no sentido de uma solução pacífica e encontrar formas de pôr fim à violência. Os países da região, os intervenientes internacionais e as organizações humanitárias devem também redobrar os seus esforços para prestar assistência concreta às populações afectadas por este conflito devastador.