No Gabão, uma delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI) acaba de realizar uma visita para avaliar a economia gabonesa. Esta visita, que decorreu de 24 de janeiro a 6 de fevereiro, ocorre cinco meses depois do golpe de Estado que derrubou o regime de Ali Bongo. Os peritos do FMI analisaram vários documentos e reuniram-se com representantes do governo, do sector privado e da sociedade civil. Embora tenham sido realizados progressos, os défices persistem e requerem atenção especial.
Durante esta visita, os especialistas do FMI tiveram a oportunidade de se encontrar com o Primeiro-Ministro Raymond Ndong Sima, bem como com o Presidente da Transição, Brice Clotaire Oligui Nguéma. Segundo Facinet Sylla, Administrador do FMI, “muitos progressos foram feitos em poucos meses, particularmente no que diz respeito à mobilização de receitas, controlo da inflação e transparência de dados”. Contudo, o FMI continua preocupado com os défices observados, principalmente devido às inúmeras exigências sociais que exigem gastos significativos.
A situação financeira do Gabão em 2023 era vulnerável, com lacunas de governação. Isto resulta em elevadas taxas de pobreza, acesso limitado a serviços básicos e elevado desemprego juvenil. O FMI recomenda, portanto, a continuação das reformas, a resolução da dívida e a garantia de um orçamento equilibrado.
É importante sublinhar que esta visita do FMI não conduz automaticamente a um desembolso financeiro ou a sanções para o Gabão. A decisão de concluir um novo programa com o FMI cabe agora às autoridades gabonesas.
Em conclusão, esta visita do FMI ao Gabão destaca os progressos alcançados até agora, mas também destaca os desafios persistentes que o país enfrenta. A prossecução de reformas económicas e uma gestão rigorosa das finanças públicas serão essenciais para garantir a estabilidade económica e social do Gabão.
Fontes:
– “Início da visita de uma delegação do FMI ao Gabão”, RFI, 24 de janeiro de 2024.
– “Gabão: o FMI favorável a um programa”, Gabonactu, 7 de fevereiro de 2024.