Notícias recentes indicam preocupações crescentes de que o novo partido uMkhonto weSizwe (MK) possa ser sequestrado por indivíduos que desejam promover o nacionalismo Zulu. Esta percepção levou recentemente o vice-secretário provincial do ANC, Sipho Hlomuka, a lembrar à comunidade local no município de Mkhambathini que todos faziam parte da comunidade sul-africana mais ampla.
Estas preocupações surgem na sequência de uma declaração recente do ex-presidente Jacob Zuma – que é o rosto do partido MK. Dirigindo-se aos apoiantes do MK em Pietermaritzburg, Zuma disse que ficou surpreso ao saber que as pessoas na KZN também podiam comunicar em Setswana.
No entanto, deve-se notar que o partido MK nega qualquer nacionalismo Zulu nas declarações feitas pelos seus membros. Segundo o coordenador provincial do partido MK, Simpiwe Mpungose, o partido está presente em todo o país e não se limita à região KZN. Ele também afirma que algumas declarações políticas foram interpretadas fora de contexto.
No entanto, o analista político Aubrey Mashiqi salienta que há sinais preocupantes de que o partido MK possa estar a transformar-se numa organização que afirma representar membros da nação Zulu. Ele diz que é importante permanecer vigilante contra qualquer tentativa de mobilizar apoio com base num impulso nacionalista estreito.
Vale lembrar que durante a campanha eleitoral de 2007, alguns apoiadores de Zuma usaram camisetas chamando-o de “menino 100% Zulu”. Mashiqi também salienta que Zuma muitas vezes não conseguiu repreender aqueles que agem de forma inadequada em seu nome.
É importante destacar que o partido MK está ganhando força em termos de popularidade, e será interessante acompanhar seu desenvolvimento e posicionamento nos próximos meses.
O nacionalismo Zulu, se ganhasse impulso dentro do partido, poderia criar instabilidade na província de KZN, que é predominantemente povoada por falantes de Zulu. É, portanto, importante promover a unidade e a diversidade dentro da comunidade sul-africana, reconhecendo que cada língua e cultura tem o seu devido lugar.