Os recentes ataques militares dos EUA no Médio Oriente provocaram fortes reações e representam sérios desafios para se alcançar uma solução política na região, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão ao representante especial da ONU para o Iémen no sábado, de acordo com a agência de notícias estatal do Irão.
O ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian, fez os comentários antes que as autoridades dos EUA confirmassem os últimos ataques de sábado contra alvos Houthi. Os ataques seguem-se a vários ataques conjuntos EUA-Reino Unido contra o grupo rebelde apoiado pelo Irão no Iémen no mês passado.
Durante a reunião em Teerã, Amir-Abdollahian disse ao enviado especial Hans Grundberg que os ataques dos EUA e a decisão de designar os Houthi como organização terrorista “complicaram a situação e tornaram mais difícil encontrar uma solução política”. agência IRNA informou.
Amir-Abdollahian também chamou os ataques dos EUA de “uma continuação da abordagem equivocada e fracassada de Washington para resolver problemas através da força e do militarismo”, segundo a IRNA.
É importante lembrar que os Estados Unidos também realizaram grandes ataques aéreos contra 85 alvos em sete locais no Iraque e na Síria na sexta-feira, em resposta a um ataque de drones na Jordânia que matou três soldados americanos.
Os ataques no Iémen são distintos dos ataques no Iraque e na Síria: os primeiros são uma resposta aos ataques contínuos dos Houthi à navegação internacional e aos navios de guerra dos EUA no Mar Vermelho, enquanto os últimos são uma resposta ao ataque mortal contra as tropas americanas. Mas em ambos os casos, os grupos apoiados pelo Irão estão a ser alvo de ataques no Médio Oriente.
Esta escalada das tensões militares na região levanta preocupações sobre a possibilidade de alcançar uma resolução pacífica dos conflitos em curso. As greves americanas, longe de promoverem uma solução política, correm o risco de agravar a situação e prolongar o sofrimento das populações já duramente atingidas pelos conflitos. É crucial que os intervenientes regionais e internacionais participem em conversações de paz e trabalhem em conjunto para pôr fim a estes ciclos devastadores de violência.