Título: Viver na incerteza: a precariedade das famílias deslocadas no campo de Lushagala
Introdução :
Lushagala, um campo localizado em Goma, na província de Kivu do Norte, alberga cerca de mil famílias recentemente deslocadas. Contudo, estas famílias vivem em condições difíceis, sem qualquer assistência humanitária. Apesar das suas listas serem partilhadas com organizações humanitárias, apenas 10.115 famílias em 11.242 recebem ajuda alimentar. As outras pessoas deslocadas, desesperadas, enfrentam a insegurança para encontrar o que necessitam para sobreviver nas áreas controladas pelos rebeldes. Esta situação precária causa um sofrimento insuportável a estas famílias, que aguardam desesperadamente por assistência material e financeira.
Condições de vida difíceis e falta de assistência humanitária:
Há mais de dois meses que as pessoas recentemente deslocadas vivem em condições precárias no campo de Lushagala. As famílias, privadas de ajuda alimentar adequada, sofrem com a fome e a falta de tudo. Hakizimana Senuma, um jovem pai, implora às autoridades ajuda material ou financeira porque teme morrer de fome, tal como os seus três filhos. Infelizmente, estas pessoas deslocadas, que fugiram da insegurança nas suas aldeias, encontram-se agora longe dos seus campos e das suas casas. A instabilidade criada pelos grupos rebeldes armados obriga-os a enfrentar o medo e a ir para os campos controlados pelo M23 para satisfazer as necessidades das suas famílias.
Um pedido de ajuda ignorado:
Os deslocados de Lushagala, deixados para trás, sofrem em silêncio. Ndagijimana Sebuhinja, natural da localidade de Karuba, testemunha a sua angústia explicando que, apesar da fome, não foi fornecida assistência alimentar durante três meses. A situação é ainda mais alarmante porque estas famílias são obrigadas a deslocar-se para áreas ocupadas pelos rebeldes em busca de alimentos. O seu desespero é palpável e esperam fervorosamente que as autoridades e as organizações humanitárias se mobilizem para os ajudar.
Conclusão:
A situação das famílias deslocadas no campo de Lushagala, em Goma, na província do Kivu Norte, é alarmante. Viver na precariedade, sem assistência humanitária, leva estas famílias a recorrer a soluções perigosas, como a busca de alimentos nos campos controlados pelos rebeldes. É essencial que as autoridades e as organizações humanitárias tomem medidas rápidas para preencher esta lacuna na assistência e aliviar o sofrimento destas pessoas deslocadas que aspiram a regressar a uma vida normal com segurança e dignidade.