O destacamento de agentes policiais quenianos para o Haiti continua a ser relevante, apesar dos obstáculos encontrados. Embora um tribunal em Nairobi tenha recentemente considerado ilegal esta implantação, o Presidente William Ruto reafirma a sua intenção de continuar esta missão. Segundo ele, a missão poderá começar já na próxima semana, sujeita à finalização das formalidades e à conclusão de um acordo de “reciprocidade” entre o Quénia e o Haiti.
O envio de agentes da polícia quenianos para o Haiti gerou controvérsias jurídicas, especialmente no que diz respeito ao mandato do Conselho de Segurança Nacional do Quénia para enviar polícias para o estrangeiro. De acordo com a legislação em vigor, deve ser celebrado um acordo recíproco entre os dois países para que tal missão possa ser realizada, e o Haiti ainda não fez um pedido oficial nesse sentido. No entanto, o Presidente Ruto garante que as discussões estão em curso e que o Haiti já apresentou um pedido de destacamento há vários meses.
Esta situação suscitou críticas por parte da oposição política queniana, que acredita que o Presidente Ruto está a desafiar a autoridade do Tribunal ao continuar este destacamento sem o acordo formal de reciprocidade ou a presença de um presidente eleito no Haiti. Ekuru Aukot, opositor político que está na origem da acção judicial, sublinha também que o pedido de destacamento não pode ser feito na ausência de um presidente eleito à frente do país.
Apesar destes protestos, as autoridades quenianas continuam determinadas a continuar a sua missão no Haiti. O Conselho de Segurança da ONU já deu luz verde ao envio desta força multinacional para reforçar a polícia haitiana na sua luta contra os bandos. O Quénia assumiria a liderança desta missão, que é ansiosamente aguardada pelas autoridades haitianas.
Em conclusão, a questão do envio de agentes da polícia quenianos para o Haiti continua a gerar debate. Embora o sistema judicial queniano tenha considerado ilegal esta mobilização, o Presidente Ruto persiste no seu desejo de levar a cabo esta missão. As negociações entre os dois países estão em curso, mas permanecem questões jurídicas e políticas. Resta saber se esta missão poderá realmente começar nos próximos dias, como sugere o presidente queniano.