Convulsões políticas no microcosmo congolês: dissensões no PCR
Desde o recente lançamento oficial do Pacto para um Congo Recuperado (PCR), a cena política congolesa tem experimentado uma excitação sem precedentes. A nova plataforma política, reunindo as formações de Ações Aliadas e UNC (A/A-UNC) de Vital Kamerhe, a Aliança do Bloco 50 (A/B50) de Julien Paluku, a Coligação dos Democratas (Código) de Jean-Lucien Bussa e A Aliança de Atores Ligados ao Povo (AAAP), de Tony Kanku, está agitando. Mas esta aliança, também atormentada por turbulências internas, já regista a sua primeira dissidência.
É a Aliança dos Camponeses, Trabalhadores e Classe Média para o Desenvolvimento Sustentável (APOCM), o partido carro-chefe da AAAP, que se diz estar na origem desta dissensão. Segundo informações recolhidas por alternance.cd, estão a surgir tensões entre o líder da APOCM, Abdon Etina Bekele, e o da AAAP, Tony Kanku.
A crítica feita por Abdon Etina Bekele a Tony Kanku é a de não o ter consultado antes de se comprometer com o PCR. Esta tensão levou mesmo à decisão temporária de remover o logótipo da AAAP do PCR, enquanto se aguarda um consenso entre Tony Kanku e os seus parceiros internos. Uma fonte próxima da situação especifica que a situação é tão tensa que a coragem de Abdon Etina Bekele em desafiar a sua autoridade moral e se dissociar da aliança com Vital Kamerhe, Jean-Lucien Bussa e Julien Paluku pode ser explicada por uma ordem de acima.
Esta dissensão dentro do PCR realça as tensões e rivalidades no cenário político congolês. Alianças são formadas e quebradas, interesses divergem. Os próximos dias serão cruciais para ver como esta situação irá evoluir e se o PCR será capaz de manter a sua unidade e a sua ambição de “encontrar um Congo” que já parece estar a rachar.
Como sempre, as notícias políticas congolesas continuam a surpreender-nos, com a sua quota-parte de reviravoltas e declarações retumbantes. Continuemos atentos aos desenvolvimentos futuros e às próximas surpresas que os atores políticos do país nos reservam.