A decisão histórica da CIJ no conflito israelo-palestiniano: um importante ponto de viragem em direcção à justiça e à autodeterminação.

Título: A decisão da CIJ marca um ponto de viragem no conflito israelo-palestiniano

Introdução :

A recente decisão do Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) relativa ao caso do genocídio de Gaza marcou um ponto de viragem no conflito israelo-palestiniano e destacou as falhas do sistema internacional tal como existe actualmente. A decisão, que viu uma esmagadora maioria dos juízes do TIJ decidir contra Israel, mostra que o poder global está a mudar a favor do Sul Global. Países africanos como a África do Sul e a Gâmbia provaram que podem contornar o impasse do Conselho de Segurança da ONU e recorrer com sucesso ao TIJ. Esta ruptura no sistema internacional abre caminho para grandes mudanças na ordem mundial.

A derrota de Israel na CIJ:

Muitos observadores esperavam que os juízes ocidentais no TIJ rejeitassem liminarmente o pedido da África do Sul, em linha com a opinião da maioria das capitais europeias. Mas esta expectativa revelou-se um erro, com todos os juízes ocidentais a votarem a favor das ordens da África do Sul. Esta decisão do TIJ foi provavelmente subestimada por Israel e pelos seus aliados, que descreveram o pedido da África do Sul como “infundado” e “sem mérito”. Esta decisão demonstra que mesmo quando os políticos não têm coragem moral para defender o que é certo, as maiores mentes jurídicas do mundo examinam cada caso pelos seus méritos e apoiam a justiça.

A mudança no equilíbrio de poder:

A derrota de Israel e dos seus apoiantes ocidentais abre caminho para novas acções legais, incluindo a possibilidade de sanções contra Israel e de processos criminais contra os seus líderes. O Centro para os Direitos Constitucionais (CCR), um grupo de defesa das liberdades civis nos Estados Unidos, já apresentou uma queixa contra o Presidente Joe Biden e os seus secretários de Estado e de Defesa por cumplicidade no “genocídio” cometido por Israel em Gaza. Esta queixa pede ao tribunal que conclua que “os réus violaram o seu dever ao abrigo do direito internacional consuetudinário, como parte do direito consuetudinário federal, de tomar todas as medidas ao seu alcance para impedir que Israel cometa genocídio contra o povo palestiniano de Gaza. Os juristas americanos serão agora postos à prova quanto à sua integridade.

Conclusão:

A decisão do TIJ marca um ponto de viragem no conflito israelo-palestiniano. Mostra que o sistema internacional tal como existe atualmente não é invencível e que é capaz de ser desafiado por atores do Sul Global. Também destaca a profunda desaprovação das acções de Israel contra o povo palestiniano e o apoio implícito e explícito destas acções por parte dos governos ocidentais.. Esta desaprovação reflecte-se na crescente mobilização e apoio à autodeterminação do povo palestiniano, incluindo entre os jovens judeus nos Estados Unidos. A derrota de Israel e dos seus apoiantes ocidentais abre o caminho para medidas legais mais duras e põe em causa a legitimidade do Ocidente como uma força “benevolente” no mundo. Encontramo-nos num momento crucial em que são possíveis mudanças reais na ordem global, graças a actores políticos ousados ​​e a decisões jurídicas corajosas.

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