Notícias recentes levam-nos a abordar um assunto delicado e sério: o de uma alegação de alegada violação ocorrida na casa de um clérigo em Lagos, na Nigéria. O caso diz respeito a um bispo que se apresenta em tribunal por três acusações de violação e agressão sexual, das quais se declarou inocente.
O depoimento da suposta vítima durante o reinício do julgamento do réu é comovente. Ela explica que estava na loja da sua irmã em Osogbo, no dia 2 de janeiro de 2019, quando o seu primo ouvia o sermão do réu no seu telefone. Intrigada, ela decidiu pesquisar o nome da igreja no Facebook e se juntou a um grupo de WhatsApp chamado “Grupo de Filiação Espiritual”. Foi assim que ela entrou em contato com o réu e outros membros da igreja.
Com o tempo, ela teve a oportunidade de conhecer o réu num acampamento em 2019, e depois durante um programa na OUA onde trocou números de telefone com um dos seus “filhos espirituais”. Mais tarde, no grupo de WhatsApp, o arguido anunciou a necessidade de jejuar durante 70 dias, rezar durante duas horas e deslocar-se a Lagos para imposição de mãos após o jejum.
A acusadora afirma que seguiu essas instruções e acabou na casa do réu com outros membros da igreja. Chegando lá, ela foi levada para um quarto onde passou a noite. Na manhã seguinte, o arguido saiu do quarto dela, colocou as mãos na cabeça dela em oração e perguntou-lhe se ela estava menstruada. Depois de responder negativamente, ela voltou para seu quarto para se preparar para ir para casa. Foi nesta altura que o arguido voltou a ter com ela e disse-lhe que tinha uma instrução para ela, mas que ela precisava ouvi-la por si mesma.
Ele pediu-lhe que olhasse o retrato de um certo profeta e ouvisse as instruções. Posteriormente, ela recebeu em seu telefone uma mensagem de um remetente chamado “Babajide”, pedindo-lhe que obedecesse a tudo o que seu pai lhe pedisse. O réu então revelou a ela que a instrução era fazer sexo com ela para libertá-la de uma maldição familiar. Confusa e chocada, ela foi levada ao quarto do réu, onde ele teve relações sexuais com ela.
A suposta vítima testemunha ainda que foi violada diversas vezes pelo arguido e que até esteve grávida dele, mas que perdeu o filho num acidente de viação. Ela afirma que o réu lhe disse para permanecer em silêncio, o que a fez temer por sua vida.
Este caso chocante levanta muitas questões e destaca a importância de combater o abuso sexual e garantir a segurança das pessoas vulneráveis. Também destaca os abusos de poder que podem existir dentro das organizações religiosas..
É necessário que a justiça faça o seu trabalho de forma objetiva e imparcial, a fim de esclarecer esta questão e fazer justiça à suposta vítima, preservando os direitos e a presunção de inocência do acusado.
É essencial apoiar e encorajar as pessoas que sofreram violência sexual a denunciar e procurar ajuda. Devemos também continuar a promover uma cultura de respeito, igualdade e bondade, a fim de prevenir tais atos hediondos e proteger os indivíduos de qualquer forma de abuso.
É importante que a sociedade como um todo tome consciência destas questões e se comprometa a acabar com a cultura do silêncio e a lutar contra a violência sexual em todas as suas formas.