“O triste número de ataques aéreos em Burkina Faso: civis inocentes mortos em meio à indiferença internacional”

O triste número de ataques aéreos em Burkina Faso: civis inocentes mortos

Segundo um documento publicado recentemente pela ONG Human Rights Watch (HRW), os ataques aéreos perpetrados entre Agosto e Novembro de 2023 no Burkina Faso causaram a morte de pelo menos 60 civis. Estes ataques, apresentados pelo governo de transição como tendo como alvo combatentes jihadistas, semearam a desolação nas cidades de Bouro, Bidi e Boulkessi, localizadas no norte do país.

Este relatório da HRW destaca os testemunhos recolhidos, que sublinham que as vítimas destes ataques não eram de forma alguma terroristas. Mercados lotados e até uma cerimónia fúnebre foram as cenas macabras destes ataques aéreos.

No entanto, o que talvez seja ainda mais preocupante é o desinteresse geral da comunidade internacional nesta situação que se desenrola nesta região do Sahel. Ilaria Allegrozzi, investigadora e autora do relatório, lamenta a falta de cobertura mediática dada a esta grande crise humanitária.

Sublinha também a responsabilidade dos países que continuam a colaborar com a junta militar do Burkina Faso. Segundo ela, Burkina Faso é hoje o epicentro do violento conflito que assola o Sahel, mas as manchetes dos meios de comunicação internacionais são raras. Ela apela, portanto, aos parceiros internacionais do Burkina Faso para que denunciem esta situação e os abusos cometidos pelas forças de segurança. Os governos que mantêm a cooperação militar com o Burkina Faso têm uma responsabilidade nesta tragédia.

Entre estes governos, Ilaria Allegrozzi menciona especificamente os Estados Unidos. Alguma ajuda dos EUA continua a ir para o Burkina Faso, mas ao abrigo da legislação dos EUA é essencial que os EUA monitorizem se os abusos dos direitos humanos estão a ser cometidos por membros da junta e se a ajuda fornecida cumpre as leis dos EUA.

É mais do que urgente dar a conhecer esta crise esquecida no Burkina Faso ao resto do mundo. Os civis continuam a pagar um preço elevado, vítimas de greves injustas e de um conflito que parece não ter fim. É tempo de a comunidade internacional perceber a urgência da situação e agir para apoiar o Burkina Faso na sua busca pela paz e pela justiça.

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