“Camarões, na vanguarda da luta contra a malária: uma campanha histórica de vacinação infantil”
A malária, uma doença mortal transmitida por picadas de mosquitos, ocorre principalmente na África Subsaariana, causando a morte de quase 500 mil crianças com menos de cinco anos de idade todos os anos. Perante este flagelo, os Camarões acabam de lançar uma campanha sistemática de vacinação contra a malária, a primeira no continente africano.
Esta campanha, considerada um passo histórico na luta contra a malária, foi elogiada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O governo camaronês comprometeu-se a oferecer a vacina RTS,S gratuitamente a todas as crianças com menos de seis meses de idade, ao mesmo tempo que outras vacinas de rotina. Esta iniciativa visa inicialmente 42 distritos de saúde, com uma entrega inicial de 300.000 doses, financiada em parte pela Vaccine Alliance (Gavi).
A vacina RTS,S, desenvolvida pelo grupo britânico GlaxoSmithKline (GSK), não é considerada uma solução milagrosa, mas sim uma ferramenta adicional na luta contra a malária. Deve ser combinada com outras medidas preventivas, como o uso de redes mosquiteiras e o tratamento imediato dos sintomas.
Testes realizados no Quénia, Gana e Malawi mostraram uma redução de 13% na mortalidade entre as crianças vacinadas, bem como uma redução significativa nas formas graves da doença e nas hospitalizações.
Este grande avanço na luta contra a malária, que mata mais de 600.000 pessoas todos os anos em todo o mundo, poderá salvar dezenas de milhares de vidas em África, onde se registam 95% das mortes relacionadas com esta doença.
Depois dos Camarões, outros países africanos como o Burkina Faso, o Níger, a Libéria e a Serra Leoa também planeiam realizar campanhas de vacinação contra a malária nas próximas semanas. Entretanto, está também em curso o lançamento de outra vacina, a R21, desenvolvida pelo Serum Institute of India.
Os Camarões posicionam-se, portanto, como pioneiros na luta contra a malária, ao lançar uma campanha nacional de vacinação sistemática. Esta iniciativa oferece esperança para todo o continente africano, onde a malária continua a ser uma das principais causas de morte entre crianças. Com este avanço, é possível imaginar um futuro onde as crianças africanas estarão protegidas desta doença mortal, melhorando assim a sua qualidade de vida e o seu futuro.