Desde o anúncio da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) sobre os resultados provisórios das eleições para o cargo de deputado provincial na República Democrática do Congo, surgiu uma observação alarmante: a baixa taxa de representação feminina. Em muitas províncias, as mulheres estão largamente sub-representadas, o que provoca fortes reacções.
Na província de Kasai-Central, por exemplo, dos 31 assentos para deputados provinciais, apenas duas mulheres foram eleitas. Esta situação foi fortemente criticada pela ONG “Mulheres de mãos dadas para o desenvolvimento integral” (FMMDI), que denuncia a falta de confiança entre as próprias mulheres. De acordo com a directora nacional da ONG, Nathalie Kambala, a resistência da comunidade em relação às mulheres continua a ser um grande obstáculo à sua eleição.
No entanto, é importante notar uma ligeira melhoria em relação às eleições anteriores. Em 2018, houve apenas uma mulher eleita para a delegação nacional e duas mulheres para a delegação provincial. Este ano, apesar da baixa percentagem de representação feminina, com apenas 6% de mulheres eleitas, o número de assentos conquistados aumentou. No entanto, é preocupante que a maioria dos deputados eleitos tenha assento, deixando poucos lugares para mulheres como suplentes.
A nível nacional, a situação é igualmente preocupante. Dos 688 deputados provinciais proclamados pela CENI, apenas 66 são mulheres. Este desequilíbrio entre homens e mulheres nos órgãos políticos levanta sérias questões sobre a representatividade e a paridade na vida política congolesa.
É imperativo sublinhar a importância de uma maior participação das mulheres na vida política e na tomada de decisões. As mulheres têm um papel essencial a desempenhar na construção de uma sociedade mais igualitária e inclusiva. É, portanto, necessário tomar medidas concretas para encorajar mais mulheres a concorrer a cargos públicos e para garantir uma representação equitativa de género nos órgãos de governação.
É também essencial sensibilizar a sociedade congolesa para a importância de uma representação justa das mulheres na política, a fim de quebrar os estereótipos e preconceitos que limitam a sua participação. A diversidade de vozes e experiências contribui para uma melhor tomada de decisões e para uma representação mais justa dos interesses das diferentes camadas da sociedade.
É, portanto, tempo de iniciar uma mudança real em favor da inclusão e da igualdade de género na República Democrática do Congo. A emergência de uma classe política mais diversificada e equilibrada é essencial para a promoção de uma sociedade democrática e igualitária.