Lagos, a maior cidade da Nigéria, anunciou recentemente a proibição da utilização de plásticos descartáveis, como sacos de plástico e embalagens de poliestireno. Embora esta decisão seja aplaudida pelos defensores do ambiente, alguns intervenientes económicos expressam as suas preocupações sobre o impacto económico desta proibição.
O Conselho de Comércio e Comércio dos Estados Unidos (USTC) emitiu recentemente uma declaração destacando as consequências potencialmente prejudiciais da proibição para a economia de Lagos. Segundo o presidente do conselho, Titus Olowokere, a proibição abrupta dos plásticos descartáveis poderá ter efeitos adversos na economia e agravar a crise do emprego na região.
O Conselho acredita que Lagos depende fortemente das indústrias de fabrico e embalagem de plástico, que empregam milhares de pessoas em todo o estado. Esta proibição teria, portanto, um impacto direto nos trabalhadores da indústria, bem como nos pequenos empresários que dependem do setor dos plásticos para a sua subsistência.
Além disso, esta proibição imporia um encargo financeiro considerável às empresas, especialmente às pequenas e médias empresas (PME), que teriam de encontrar alternativas ou investir em infra-estruturas dispendiosas para cumprir os regulamentos. Esta despesa adicional, combinada com um ambiente económico já difícil, prejudicaria o crescimento económico e o desenvolvimento, não só em Lagos, mas em toda a Nigéria.
No entanto, o Conselho Americano de Comércio e Empresas oferece uma abordagem mais abrangente que equilibra as preocupações ambientais, a sustentabilidade económica e a criação de emprego. Recomendam campanhas de sensibilização e programas educativos sobre a gestão sustentável de resíduos para promover um comportamento de consumo responsável e apoiar a transição para alternativas amigas do ambiente. O Conselho sugere também que as autoridades de Lagos colaborem com as partes interessadas da indústria para desenvolver e adotar soluções de embalagens ecológicas, tais como materiais biodegradáveis ou compostáveis, para reduzir o impacto ambiental dos resíduos de embalagens.
Além disso, o Conselho incentiva o investimento em infraestruturas de reciclagem. A criação e expansão de centros de reciclagem criariam novas oportunidades de emprego e apoiariam o desenvolvimento de uma indústria de reciclagem sustentável na Nigéria. Destacam também a importância de promover o empreendedorismo e apoiar os empreendedores que investem em materiais de embalagem alternativos e soluções inovadoras para a gestão de resíduos.
O Conselho Americano de Comércio e Empresas apela à colaboração entre o Governo do Estado de Lagos, entidades do sector privado e organizações da sociedade civil para desenvolver e implementar projectos de gestão de resíduos que promovam o empreendedorismo e a criação de empregos.
Globalmente, o Conselho afirma que continua empenhado em promover relações comerciais mutuamente benéficas entre os Estados Unidos e a Nigéria, defendendo ao mesmo tempo o desenvolvimento económico sustentável e a preservação ambiental.
Embora a proibição de plásticos descartáveis em Lagos vise proteger o ambiente, é essencial equilibrar as preocupações ambientais com as considerações económicas. Uma abordagem mais progressista que promova a educação, a inovação e a colaboração poderia ajudar a preservar empregos e, ao mesmo tempo, reduzir o impacto ambiental dos plásticos descartáveis.