A doença da bolsa buraco, ou “Janviose”, é um verdadeiro flagelo na República Centro-Africana. Todos os anos, no mês de Janeiro, muitas famílias enfrentam dificuldades financeiras significativas. Os gastos excessivos nas férias, combinados com a inflação global, estão a empurrar muitas pessoas para uma situação económica precária.
Lucienne, sentada num banco em frente à sua casa, contempla a situação com consternação. Responsabilidades familiares, despesas com alimentação, custos com transporte… tudo isso gera gastos consideráveis. Infelizmente, todas as suas previsões financeiras foram prejudicadas. Ela até teve que pedir dinheiro emprestado a um amigo para sobreviver em janeiro e se pergunta como cobrirá as despesas de fevereiro.
Eliezer, que já havia sido acometido pela Janviose no ano anterior, se prepara desta vez. Consciente do aumento do custo de vida e das dificuldades financeiras, recusa-se a contrair um empréstimo ou a pedir adiantamento de salário. Devemos nos adaptar a esta realidade onde as despesas aumentam constantemente.
Em Bangui, capital da República Centro-Africana, muitas pessoas esperam impacientemente pelo final do mês na esperança de receber o seu salário. Os últimos dias de janeiro parecem intermináveis, como se o mês tivesse subitamente aumentado os seus dias. O ditado popular “Janeiro tem 60 dias” é frequentemente citado, refletindo a sensação de lentidão e espera que acompanha este mês.
A “janviose” é um sintoma da situação económica precária em que se encontra a República Centro-Africana. O aumento dos preços e a estagnação dos salários estão a mergulhar muitas famílias em dificuldades financeiras. Necessidades básicas como alimentação e habitação estão a tornar-se difíceis de satisfazer, levando a uma insegurança crescente.
É fundamental consciencializar-nos para esta realidade e procurar soluções para sair desta situação. Devem ser implementadas ajudas internacionais e medidas económicas para melhorar as condições de vida dos habitantes da República Centro-Africana e combater a “Janviose” que ataca todos os anos.
É tempo de encontrar soluções duradouras para pôr fim à “doença dos buracos” e permitir que as famílias centro-africanas vivam com dignidade durante todo o ano. A solidariedade e a ajuda mútua são essenciais para superar este obstáculo financeiro e construir um futuro melhor para todos.