Representação das mulheres nas assembleias provinciais da RDC: um declínio preocupante
Os resultados provisórios das eleições legislativas provinciais na República Democrática do Congo revelaram um declínio preocupante em termos da representação das mulheres nas assembleias provinciais. Dos 688 deputados provinciais eleitos provisoriamente, apenas 66 são mulheres, o que representa menos de 10% do total. Esta representação limitada das mulheres na política provincial levanta preocupações sobre a paridade de género e a igualdade de oportunidades.
Os números indicam claramente uma distribuição desigual da representação feminina nas 26 províncias do país. Com 12 mulheres eleitas, ou quase 30%, a assembleia provincial de Haut-Katanga apresenta o melhor desempenho em termos de representação feminina. Um resultado encorajador para esta província, particularmente na cidade de Lubumbashi onde 40% dos deputados provinciais eleitos são mulheres.
Contudo, em todas as províncias, as taxas de representação das mulheres variam entre 5 e 20%. É preocupante constatar que em certas províncias, como Maï-Ndombe, Maniema, Mongala, Sud-Ubangi e Tshuapa, nenhuma mulher foi eleita deputada provincial. Estes resultados levantam questões sobre o acesso das mulheres à esfera política e a igualdade de oportunidades para ocupar cargos de tomada de decisão.
De referir que estes resultados representam um declínio face à legislatura anterior, onde foram eleitas 73 mulheres para as assembleias provinciais. Esta diminuição da representação das mulheres é preocupante e põe em causa os esforços em termos de paridade e de promoção da participação das mulheres na vida política.
É essencial reconhecer a importância da representação equitativa das mulheres nos órgãos políticos, porque isso não só garante a diversidade de pontos de vista, mas também assegura uma melhor representação das necessidades e interesses das mulheres na tomada de decisões.
É portanto imperativo promover medidas que visem incentivar a participação das mulheres na vida política, nomeadamente através do reforço de programas de sensibilização, do estabelecimento de quotas de género e da implementação de políticas que promovam a igualdade de oportunidades. Uma maior representação das mulheres nas assembleias provinciais ajudará a construir uma sociedade mais justa, inclusiva e igualitária.