Os pescadores congoleses do Lago Edouard, no território de Rutshuru, enfrentam uma situação preocupante. Desde 17 de janeiro, mais de 20 motores de popa pertencentes a estes pescadores foram apreendidos pela força naval do Uganda. E para piorar a situação, os soldados da marinha congolesa, por sua vez, apreenderam vários motores de popa pertencentes a pescadores ugandeses. Esta série de apreensões criou uma tensão crescente entre os dois países.
Esta situação deve-se nomeadamente à prática da pesca ilegal levada a cabo por pescadores ilegais em ambos os lados da fronteira. Os pescadores congoleses, agrupados na Federação dos Comités de Pescadores Individuais do Lago Edouard (FECOPEILE), acreditam que o problema é agravado pelo deslocamento dos leitos dos rios Kagezi e Chapa, dois afluentes do Lago Edouard. Estas mudanças nos cursos de água perturbam a demarcação das fronteiras territoriais entre a RDC e o Uganda, levando à confusão quanto às áreas onde os pescadores podem exercer a sua actividade.
Numa carta dirigida às autoridades militares do Kivu do Norte, o secretário-geral da FECOPEILE, Josué Kambasu Mukura, destaca a necessidade de uma marcação clara da fronteira no Lago Edouard, a fim de pôr fim às detenções de pescadores e às apreensões de motores de popa. Ele também enfatiza que esta medida poderia ajudar a evitar um possível conflito militar aberto entre a RDC e o Uganda.
É essencial que os governos congolês e ugandês e a comunidade internacional tomem medidas urgentes para resolver este problema. Em 2016, os confrontos entre as forças marítimas dos dois países já tinham causado a morte de inúmeras pessoas. É, portanto, essencial encontrar uma solução pacífica que garanta a segurança dos pescadores e preserve a estabilidade da região.
Em conclusão, a situação dos pescadores congoleses no Lago Eduardo é alarmante, com um número crescente de apreensões de motores fora de borda e uma tensão crescente entre a RDC e o Uganda. Ao implementar medidas de marcação líquida nas fronteiras e incentivar a cooperação entre os dois países, é possível resolver este conflito e garantir a segurança dos pescadores da região. A mobilização dos governos e da comunidade internacional é essencial para alcançar uma solução pacífica e duradoura.