“As eleições presidenciais no Senegal: exclusões controversas e uma batalha feroz pelo poder”

As eleições presidenciais senegalesas marcadas para 25 de Fevereiro aproximam-se rapidamente e o Conselho Constitucional publicou recentemente a lista oficial dos 20 candidatos em disputa. Esta lista, no entanto, suscitou fortes reacções, porque duas grandes figuras da oposição não estavam entre os candidatos seleccionados.

Em primeiro lugar, Ousmane Sonko, líder da oposição, não foi autorizado a concorrer nas eleições. Sonko está atualmente detido e já foi condenado em vários casos, incluindo difamação e devassidão de menor. Apesar da sua popularidade entre os jovens, a sua condenação final por difamação foi tida em conta pelo Conselho Constitucional ao rejeitar a sua candidatura. Sonko denuncia uma conspiração para impedi-lo de participar nas eleições, mas o governo nega as acusações.

Em segundo lugar, Karim Wade, filho do ex-presidente Abdoulaye Wade, também foi excluído da lista de candidatos. O seu pedido foi considerado “inadmissível” devido à sua dupla nacionalidade franco-senegalesa. De acordo com a Constituição senegalesa, qualquer candidato presidencial deve ser exclusivamente de nacionalidade senegalesa. Embora Wade tenha declarado ter renunciado à nacionalidade francesa, o Conselho Constitucional concluiu que o decreto que formaliza esta decisão não era retroativo, tornando a sua declaração juramentada imprecisa no momento da sua apresentação.

Apesar destas exclusões controversas, a lista de candidatas às eleições presidenciais ainda inclui duas mulheres: Rose Wardini, ginecologista e atriz da sociedade civil, e Anta Babacar Ngom, empresária. Este é um avanço notável num país onde a participação das mulheres na política é muitas vezes limitada.

Esta eleição presidencial é tanto mais importante quanto o presidente cessante, Macky Sall, não pode concorrer novamente devido ao limite presidencial de dois mandatos. Isto abre a porta a novas oportunidades para os candidatos, e o número recorde de 20 candidatos reflete esta dinâmica.

Faltando menos de dois meses para a votação, o resultado da eleição permanece incerto. Os observadores esperam uma batalha acirrada entre os candidatos, e será interessante ver como as exclusões e controvérsias em torno das candidaturas de Sonko e Wade influenciarão o curso da campanha eleitoral.

Em última análise, estas eleições presidenciais no Senegal prometem ser um momento chave no futuro político do país. Os eleitores terão de escolher entre uma lista variada de candidatos, cada um trazendo as suas próprias visões e planos para o Senegal. Resta saber qual candidato conseguirá captar a atenção e o apoio dos eleitores, e assim tomar as rédeas do país nos próximos anos.

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