No contexto das recentes eleições presidenciais na República Democrática do Congo, numerosos debates e controvérsias rodearam o processo eleitoral e os resultados proclamados. Um dos candidatos presidenciais, o renomado ginecologista e ganhador do Prêmio Nobel da Paz Denis Mukwege, divulgou recentemente um comunicado explicando a sua candidatura e expressando preocupações sobre a integridade do processo eleitoral.
Na sua declaração, Denis Mukwege destaca as principais questões que o país enfrenta, incluindo a crise multifacetada, a guerra, a fome e a corrupção que assola as instituições. Ele acredita que estas eleições representaram uma oportunidade única para pôr fim às crises de legitimidade que muitas vezes abalaram o país e para restabelecer o contrato social em bases sólidas.
No entanto, Denis Mukwege denuncia entraves à sua campanha eleitoral e aponta a fraude eleitoral que atribui ao candidato eleito, Félix Tshisekedi. Ele afirma que o processo eleitoral não foi concebido para permitir que os cidadãos escolhessem livremente os seus representantes, mas sim para facilitar novas fraudes eleitorais em benefício do regime em vigor. Baseia-se, nomeadamente, em relatórios de observadores internacionais e em provas de fraude reveladas por uma comissão de inquérito criada pela Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI).
Denis Mukwege manifesta também a sua decepção com a comunidade nacional e internacional, a quem acusa de indiferença e complacência face a estas irregularidades. Ele acredita que os valores fundamentais da democracia, do Estado de direito e dos direitos humanos são enfraquecidos e desacreditados pela adoção de dois pesos e duas medidas. Segundo ele, o que seria inaceitável noutros lugares não deveria ser aceite na RDC.
Perante esta situação, Denis Mukwege afirma que a nação congolesa está em perigo e que a falta de reacção pode levar a um futuro ainda mais difícil. Ele apela a cada indivíduo e a cada povo para que assumam o controlo do seu destino e ajam para pôr fim a esta tragédia actual.
Esta declaração de Denis Mukwege destaca as preocupações em torno do processo eleitoral na RDC e levanta questões sobre a verdadeira credibilidade e transparência das eleições. Apela também à reflexão sobre o papel da comunidade internacional na promoção da democracia e dos direitos humanos.
É essencial continuar a acompanhar de perto a evolução na RDC e apoiar os esforços para garantir eleições livres, justas e transparentes, a fim de permitir ao país sair desta crise e construir um futuro mais promissor para todos os congoleses.