“Eleições contestadas e violência nas Comores: a situação política está a degenerar”

As Comores vivem actualmente tensões e violência na sequência do controverso anúncio da reeleição do Presidente Azali Assoumani. Os confrontos com a polícia eclodiram, deixando um morto e cinco feridos.
Os protestos da oposição continuam a intensificar-se, denunciando a fraude eleitoral e o enchimento de votos. Os comorianos expressam o seu descontentamento através de manifestações e confrontos com a polícia.

Essas manifestações levaram à violência urbana e à destruição de bens públicos. Prédios oficiais foram vandalizados e queimados, assim como cartazes eleitorais do presidente reeleito. Barreiras improvisadas também foram erguidas nas estradas.

A repressão das autoridades apenas alimenta a ira da oposição e da população. Foi imposto um recolher obrigatório e a conectividade à Internet foi interrompida, dificultando a divulgação de informações sobre a situação no país.

A reeleição de Azali Assoumani na primeira volta com uma taxa de participação de apenas 16,30% foi fortemente criticada pela oposição. Isto denuncia fraudes massivas e apela ao cancelamento da votação.

A comunidade internacional, particularmente a ONU, apela à calma e à protecção do direito de manifestação. Os princípios democráticos também são destacados, com um apelo para evitar toda a violência.

A situação nas Comores é de particular importância, uma vez que o país é governado com mão de ferro e qualquer oposição é rapidamente reprimida. Azali Assoumani, que chegou ao poder em 1999 através de um golpe de Estado, já eliminou os seus adversários e centralizou os poderes graças a uma reforma constitucional em 2018.

O arquipélago das Comores, composto por três ilhas, tem uma população de 870 mil habitantes, quase metade dos quais vive abaixo do limiar da pobreza.

Estes acontecimentos demonstram a importância de preservar os princípios democráticos e de permitir uma verdadeira mudança política nas Comores. A situação actual exige uma reflexão sobre o respeito pelos direitos humanos e a necessidade de estabelecer um diálogo construtivo entre o poder no poder e a oposição.

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