As notícias em torno da República Democrática do Congo continuam a evoluir, com o recente anúncio da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Congo (MONUSCO) da retirada de aproximadamente 2.000 soldados das áreas agitadas do leste do país no final de Abril. Esta decisão faz parte do plano de desligamento da MONUSCO, que visa reduzir gradualmente a presença da missão da ONU na região.
Durante uma conferência de imprensa conjunta, o Vice-Primeiro Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Francofonia, Christophe Lutundula, e o Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas na RDC e Chefe da MONUSCO, Bintou Keita, afirmaram o seu compromisso com uma retirada responsável e exemplar da missão. De acordo com Bintou Keita, o número de tropas autorizadas pelo Conselho de Segurança aumentará de 13.500 para 11.500 até o início do ano orçamental em Julho de 2024.
Esta decisão faz parte da Resolução 2717 (2023) adotada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, que prevê um plano de retirada em três fases. A primeira fase consiste numa retirada total da província do Kivu do Sul até ao final de Abril, seguida de uma avaliação antes de continuar a retirada do Kivu do Norte e de Ituri, onde a MONUSCO é a principal força que luta contra os grupos armados.
No entanto, o Ministro dos Negócios Estrangeiros congolês, Christophe Lutundula, expressou relutância em revelar o número de soldados congoleses que substituirão a força da ONU nas problemáticas zonas orientais do país, alegando razões de segurança nacional.
A retirada das tropas da MONUSCO marca um passo significativo na transição para uma maior responsabilidade das autoridades congolesas na garantia da segurança no seu próprio país. No entanto, é essencial que as forças de segurança congolesas sejam suficientemente treinadas e equipadas para lidar com os desafios atuais e garantir a estabilidade a longo prazo.
Esta retirada gradual também levanta questões sobre o impacto que poderá ter na segurança das populações locais, especialmente em áreas afectadas pela violência e por grupos armados. As autoridades congolesas terão de intensificar os seus esforços para reforçar as suas capacidades de manter a ordem e lutar contra a insegurança, a fim de evitar qualquer ressurgimento da violência.
Em conclusão, a retirada gradual das tropas da MONUSCO na República Democrática do Congo é um passo importante para a autonomia de segurança do país. No entanto, isto também coloca desafios às autoridades congolesas, que terão de assumir e garantir a segurança da sua população. É necessária uma monitorização cuidadosa da situação para avaliar o impacto desta retirada e garantir que os esforços de estabilização na RDC não sejam comprometidos.