Responsável pelo governo de Bangladesh há 15 anos, Sheikh Hasina é uma figura indiscutível na política do país. Com a sua reeleição para um quinto mandato, ela detém agora o recorde de longevidade à frente de um governo, superando todos os outros líderes mundiais. Nascida em 1947, Sheikh Hasina é filha do Sheikh Mujibur Rahman, fundador de Bangladesh e herói da independência. Após o assassinato do seu pai durante um golpe militar, ela exilou-se na Índia e liderou uma luta feroz pela democracia e pela libertação do seu país. Em 1990, a sua perseverança valeu a pena e ela tornou-se a primeira mulher a servir como Primeira-Ministra do Bangladesh.
No início da sua carreira política, Sheikh Hasina foi considerada um ícone da democracia, encarnando a esperança de mudança num país marcado por regimes militares. Lutou pela realização de eleições livres e pela defesa dos direitos fundamentais da população. No entanto, ao longo dos anos, o seu poder tornou-se mais forte e o seu reinado foi marcado por acusações de regime autoritário. As detenções em massa de membros da oposição, a proibição de participação de certos partidos políticos e o seu controlo sobre os meios de comunicação social suscitaram críticas à sua governação.
Sheikh Hasina também enfrentou uma oposição enfraquecida nestas eleições, com o principal partido político, o BNP, a boicotar a votação denunciando irregularidades. Esta falta de oposição significativa foi vista como um sinal da concentração de poder nas mãos da Sheikh Hasina.
Apesar destas controvérsias, Sheikh Hasina continua popular entre parte da população do Bangladesh que a vê como uma líder forte e determinada. Os seus apoiantes apontam para o progresso económico alcançado sob o seu mandato, incluindo uma redução da pobreza e uma melhoria nas infra-estruturas do país.
Qual será o futuro de Bangladesh sob o governo de Sheikh Hasina? Só o futuro nos dirá. Entretanto, continua a marcar a história do país como uma figura política emblemática.