“África 2024: Desafios e Perspectivas – Campeonato Africano das Nações, Crescimento Económico e Desafios Regionais”

O ano de 2024 promete ser repleto de acontecimentos em África, com a realização de diversas competições desportivas, desafios económicos e políticos, bem como questões ligadas aos recursos naturais. Vamos fazer um balanço dos principais eventos futuros.

A principal competição do ano será a Taça das Nações Africanas (CAN), que terá lugar na Costa do Marfim de 13 de janeiro a 11 de fevereiro de 2024. Este torneio de futebol reunirá as melhores seleções do continente e oferecerá um espetáculo desportivo de alto nível.

Economicamente, África registará um crescimento sólido em 2024. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), será a segunda região económica mais dinâmica do mundo, depois da Ásia, com um crescimento esperado de 4%. No entanto, por trás deste número encorajador existe uma realidade mais sombria.

Os conflitos armados, os golpes militares, as tensões internacionais e as guerras em curso estão a dificultar o crescimento e o desenvolvimento do continente. Muitos países africanos já estão a sofrer as consequências da lenta recuperação pós-Covid-19, dos choques das alterações climáticas, da crescente insegurança alimentar, da instabilidade política, do fraco crescimento global e das taxas de juro dos estudantes.

Um total de 33 países africanos são classificados como menos desenvolvidos e estes choques económicos empurraram cerca de 55 milhões de pessoas para a pobreza desde 2020, revertendo mais de duas décadas de progresso na redução da pobreza.

No entanto, nem todas as notícias são ruins. A África do Sul deverá ultrapassar a Nigéria e o Egipto como a maior economia do continente este ano, de acordo com as previsões do FMI.

Espera-se também que algumas regiões de África superem outras em termos de desempenho económico. A África Oriental, por exemplo, beneficia de uma localização geográfica favorável, de infra-estruturas humanas e físicas sólidas, bem como de relativa estabilidade política, o que contribui para o bom desempenho da sua economia.

Um tema importante de debate este ano será a questão da dívida africana. As taxas de juro elevadas e um dólar forte estão a tornar mais caro para muitos países africanos o reembolso da dívida denominada em dólares, levando alguns a dificuldades financeiras.

No início deste ano, nove países africanos estão em dificuldades financeiras, outros 15 são considerados de alto risco e 14 são classificados como de risco moderado. Alguns países, como a Zâmbia, o Gana e a Etiópia, já não pagaram as suas dívidas.

Confrontados com estas dificuldades, alguns países africanos estão a considerar renegociar os seus contratos com empresas mineiras, a fim de obterem mais benefícios destes recursos naturais estratégicos. Exemplos concretos de renegociação de contratos e adoção de novos regulamentos de mineração podem ser observados no Botswana, na RDC, no Mali e no Burkina Faso..

No que diz respeito à situação de segurança, várias regiões do continente continuarão a enfrentar grandes desafios. A região do Sahel voltará a ser um centro de terrorismo em 2024, com um aumento de ataques terroristas em países como Burkina Faso, Mali e Níger.

Outras zonas de conflito, como o leste da RDC, o norte de Moçambique, partes dos Camarões e da Somália, bem como possíveis surtos de violência na Etiópia e no Sudão, também continuarão a ser fontes de preocupação.

Finalmente, o ano de 2024 será marcado por inúmeras eleições presidenciais e legislativas em todo o continente. Um total de 17 países africanos realizarão eleições nacionais, o que mostrará a importância da democracia e da participação política para a estabilidade da região.

Em conclusão, o ano de 2024 será um ano crucial para África, com desafios económicos, políticos e de segurança a superar. No entanto, existem também oportunidades de crescimento e desenvolvimento, bem como iniciativas para reforçar a integração regional e o comércio intra-africano. É, portanto, importante acompanhar de perto a evolução da situação no continente e manter-se informado sobre os últimos desenvolvimentos.

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