O cancro do colo do útero é uma realidade preocupante em África. Todos os anos, milhares de mulheres são afectadas por esta doença, cujas consequências podem ser devastadoras. É por isso que, durante o Mês de Sensibilização para o Cancro do Colo do Útero, a Dra. Matshidiso Moeti, Diretora Regional da OMS para África, lançou um apelo à ação.
Sob o tema “Aprender. Prevenir. Rastrear”, este mês pretende informar as populações sobre formas de reduzir os riscos de cancro do colo do útero e a importância crucial dos rastreios regulares. Neste contexto, a OMS apoia os países da região na sua transição para o rastreio da presença do vírus do papiloma humano (HPV), a principal causa do cancro do colo do útero.
Segundo a Dra. Moeti, 16 países já utilizam este método de rastreio e foi feito um grande avanço através da utilização de kits de auto-amostragem para detectar a presença de HPV. Esta abordagem facilita o acesso ao rastreio, evitando que as mulheres tenham de se deslocar a centros de rastreio maiores.
Para combater eficazmente o cancro do colo do útero, a Dra. Moeti incentiva todos os países da região a realizarem campanhas de sensibilização, promoverem o rastreio e incentivarem a vacinação contra o HPV entre as mulheres jovens. Sublinha também a importância de uma abordagem global e da colaboração entre os diferentes intervenientes para acelerar as ações de prevenção e tratamento desta doença.
Outro grande avanço na luta contra o cancro do colo do útero é a introdução de uma vacina contra o HPV de dose única, que tem demonstrado ser altamente eficaz. Esta abordagem também reduz o risco de abandono do calendário vacinal entre as mulheres jovens. Quatro países da região já adoptaram esta vacina de dose única.
Em 2020, 100.000 mulheres na região foram diagnosticadas com cancro do colo do útero, causando 70.000 mortes, ou 21% da mortalidade global devido a esta doença. Esta crise afecta desproporcionalmente as comunidades vulneráveis, exigindo atenção imediata.
A urgência de agir sobre este problema premente é sublinhada pela Dra. Moeti, que enfatiza três mensagens principais da campanha: esteja informado, faça o teste e seja vacinado. Ela lembra ainda que as mulheres jovens, em especial, devem estar atentas à ligação entre o câncer do colo do útero e o HPV, responsável por 99% dos casos transmitidos durante a relação sexual.
Apesar das lacunas significativas no conhecimento e no acesso aos testes, a Região Africana da OMS está a combater activamente este fardo. No entanto, são necessários mais esforços e colaboração para prevenir e tratar eficazmente o cancro do colo do útero, para que nenhuma mulher em África enfrente esta doença devastadora.