O dia 4 de Janeiro é uma data histórica na República Democrática do Congo, marcada pelos motins de independência ocorridos em 1959. Durante este período de colonização belga, estes motins causaram dezenas de mortes e consideráveis danos materiais em Kinshasa, então chamada Léopoldville.
Estes acontecimentos representaram um importante ponto de viragem no processo de emancipação do país. Deram origem a uma série de exigências congolesas que levaram à independência da RDC em 30 de junho de 1960.
Na altura, o partido político de Kasa-Vubu, a Aliança de Bakongo (Abako), tinha planeado uma reunião no Place YMCA em Kinshasa para não ser ultrapassado em popularidade pelo partido de Patrice Lumumba, o MNC, que tinha organizado um bem- compareceu à reunião uma semana antes.
No entanto, face aos avisos dos colonos belgas, Kasa-Vubu e o seu partido decidiram cancelar a reunião. Infelizmente, parte da multidão já presente no local recusou-se a aceitar este cancelamento e começou a ficar irritada, causando agitação e confrontos com os colonos belgas.
A repressão policial foi brutal e a situação ficou ainda pior com a chegada de milhares de pessoas que abandonavam o estádio de futebol próximo, após um jogo. As estimativas falam de mais de uma centena de mortes durante estes trágicos acontecimentos.
Estes motins marcaram um ponto de viragem na história da RDC, acentuando as exigências de independência que nunca diminuíram até a independência efectiva ser obtida em 1960.
Hoje, a RDC comemora este dia 4 de Janeiro como feriado, em memória dos “mártires da independência” que perderam a vida durante estes tumultos. É uma oportunidade para recordar os sacrifícios feitos por estes homens e mulheres que lutaram pela liberdade e emancipação do seu país.
Este acontecimento histórico permanece profundamente ancorado na memória colectiva congolesa e continua a marcar o caminho percorrido rumo à soberania e independência do país. Recorda também a importância de preservar e proteger as conquistas da independência, ao mesmo tempo que se trabalha por um futuro de paz, prosperidade e desenvolvimento para todos os congoleses.