Burkina Faso: Reconhecimento das línguas nacionais e reorganização institucional, uma grande evolução da Constituição

A evolução da Constituição em Burkina Faso: reconhecimento das línguas nacionais e reorganização das instituições

No Burkina Faso, a Assembleia Legislativa de Transição adoptou recentemente um projecto de alteração à Constituição, marcando um passo importante na evolução política e institucional do país. Esta modificação visa atender às expectativas da população em termos de diversidade linguística e reforma institucional.

Uma das principais medidas desta emenda constitucional é o reconhecimento das línguas nacionais como línguas oficiais. Estas línguas estão agora também a tornar-se línguas de trabalho na administração pública, na justiça, na educação e em determinados setores socioeconómicos. Isto reflecte o desejo do governo de promover a diversidade cultural do país e de dar mais importância às línguas faladas pelas diferentes comunidades do Burkina Faso. No entanto, o francês e o inglês também continuarão a ser línguas de trabalho.

No plano judicial, a emenda constitucional também traz mudanças significativas. Os procuradores passarão a ser nomeados pelo Conselho Superior da Magistratura Judicial, sob proposta do Ministro da Justiça. Esta medida visa reforçar a independência do poder judicial e garantir uma melhor consideração das competências e da experiência nas nomeações. Além disso, o Conselho Superior da Magistratura Judicial passará a acolher personalidades que não sejam necessariamente magistrados, de forma a trazer uma visão mais ampla e diversificada às decisões tomadas.

A abolição do Supremo Tribunal de Justiça é outro aspecto notável desta alteração constitucional. Esta instituição, responsável por julgar os membros do governo, será substituída pela câmara criminal do Tribunal de Recurso. Esta reorganização visa racionalizar e simplificar o sistema judicial, consolidando procedimentos e evitando duplicações institucionais.

Finalmente, a modificação da Constituição prevê a criação de um conselho nacional de comunidades, reunindo líderes e comunidades consuetudinárias e religiosas. Este conselho substituirá o mediador do Faso e o conselho económico e social, e terá a missão de promover o diálogo e a consulta entre as diferentes comunidades do país.

Em resumo, a modificação da Constituição no Burkina Faso marca um desejo de abertura e de reforma institucional. O reconhecimento das línguas nacionais, a reorganização do sistema judicial e a criação de um conselho nacional de comunidades demonstram o desejo do governo de satisfazer as expectativas da população e de promover uma melhor representação e participação de todos os intervenientes na sociedade burquinense.. Estes desenvolvimentos continuam a ser monitorizados e avaliados nos próximos meses, a fim de medir o seu impacto na estabilidade e no desenvolvimento do país.

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